X Congresso Brasileiro de Cuidados Paliativos

Dados do Trabalho


Título

ABORDAGEM EM CUIDADOS PALIATIVOS DE MEDICOS HOSPITALISTAS EM HOSPITAL PRIVADO DE SERGIPE

Introdução

O avanço da tecnologia na área da saúde impactou significativamente na sobrevida da população, prolongando o processo de viver de forma exponencial, por reduzir as implicações causadas por doenças crônicas e neoplasias. Com isso, a morte não é mais percebida como um episódio, e sim, um processo, muitas das vezes bastante prolongado. Saber lidar com esse novo contexto é fundamental para enfrentar os novos desafios. Aprender a trabalhar as perdas na evolução da doença crônica/neoplasia é algo que poucos se propõem a discutir e encarar. O Cuidado Paliativo (CP) é uma área de atuação que pode e deve ser oferecido aos indivíduos com doença avançada e a seus familiares. Sergipe quase não possui serviço específico em CP, além de poucos estudos sobre o assunto.

Objetivo e Método

Conhecer a assistência oferecida em CP em um hospital privado de Sergipe, além de identificar como é realizada essa prática pelos médicos e pontuar as principais barreiras enfrentadas. É uma pesquisa tipo Survey, realizada no ano de 2020. O hospital possui 144 leitos de internamento. Foram abordados todos os 15 médicos hospitalistas (100% da população estudada), das mais diversas especialidades, através de um questionário de múltipla escolha.

Resultados

Neste estudo, os 15 médicos atendem pacientes com indicação de CP e acreditam que o hospital tenha condições de organizar um serviço especializado. Desses, 7 (46%) têm entre 30 e 40 anos, e 9 (60%) mais de 10 anos de formado. Oito (53%) tiveram alguma informação específica sobre CP: 1 na graduação, 4 na residência médica e 3 na pós-graduação. Nove (60%) tiveram treinamento sobre comunicação de más notícias. Onze (73%) acreditam que conduzem com segurança pacientes em CP, e têm como maior dificuldade a abordagem da família. Já em relação ao controle de sintomas e uso de opioides, 7 (46%) afirmaram não ter segurança técnica no controle de sintomas e nem domínio no uso de opioides e 8 (53%) fariam erradamente resgate com outras drogas no controle da dor de um paciente usando metadona. Quatorze médicos (93%) se sentiriam mais confortáveis se pudessem encaminhar o paciente para uma equipe especializada; 15 (100%) aceitariam e indicariam CP para si ou familiar próximo e acham importante e necessário que o hospital tenha um serviço bem estruturado em paliação.

Conclusão/Considerações finais

Há pouco conhecimento técnico sobre CP e acesso limitado pela parte médica, além de falta de preparo emocional para lidar com pacientes e familiares em CP. Mostra a importância da presença dos CP na formação médica.

Palavras Chave

cuidado paliativo hospitalar; hospitalismo; paliação hospitalar.

Área

Outras áreas

Autores

LARISSA TIZIANE DE ALMEIDA PEREIRA, JERÔNIMO GONÇALVES DE ARAÚJO, JURACI APARECIDA ROCHA