Dados do Trabalho
Título
Polifarmácia: prevalência e fatores associados na internação hospitalar do paciente em cuidado paliativo em oncologia
Introdução
Introdução: Pacientes com câncer avançado comumente possuem prescrições de múltiplos medicamentos para controle de sintomas e comorbidades associadas. Embora, em muitos casos, o uso concomitante de vários medicamentos seja necessário, ele aumenta a probabilidade de reações adversas, erros de administração, interações medicamentosas, além de dificultar a adesão ao tratamento. Identificar a presença da polifarmácia e seus fatores associados pode auxiliar na otimização e individualização da farmacoterapia.
Objetivo e Método
Objetivo: Avaliar a prevalência e os fatores associados à polifarmácia em pacientes com câncer avançado em cuidado paliativo. Método: Trata-se de um estudo observacional, retrospectivo realizado em pacientes com câncer avançado internados na unidade de cuidado paliativo do Instituto Nacional de Câncer (INCA), no município do Rio de Janeiro, de 01 de junho de 2022 a 31 de maio 2023. O estudo foi aprovado no Comitê de Ética em Pesquisa (CAAE 69503823.2.0000.5274). A variável dependente foi a polifarmácia. As variáveis independentes foram sociodemográficas (idade e sexo) e clínicas (localização do tumor primário; comorbidades; capacidade funcional). Foi realizada regressão logística, gerando odds ratio (OR) e intervalo de confiança de 95% (IC95%).
Resultados
Resultados: A prevalência de polifarmácia (prescrição >4 medicamentos) foi de 100% dentre os 283 pacientes avaliados. Para 45,6% dos pacientes foram prescritos de 4 a 9 medicamentos e para 54,4% foram prescritos >10 medicamentos. A prescrição de >10 fármacos ocorreu principalmente em pacientes do sexo feminino (59,7%, p-valor= 0,014), com câncer de mama e de cabeça e pescoço (respectivamente 70,9% e 70,4%, p-valor= 0,011) e com comorbidades (61,4%, p-valor= 0,005). A localização do tumor primário [câncer de mama (OR: 2,26 e IC 95%: 1,02-5,05) e de cabeça e pescoço (OR: 2,96 e IC 95%: 1,09-8,04)]; presença de doenças endócrinas, nutricionais e metabólicas (OR: 2,21 e IC 95%: 1,24-3,93); e de doenças do aparelho circulatório (OR: 1,88 e IC 95%: 1,10-3,23) permaneceram associadas de forma independente com a prescrição >10 medicamentos.
Conclusão/Considerações finais
Conclusão: Apesar do irrefutável conhecimento sobre os riscos da polifarmácia, os achados ratificam sua alta prevalência e associação com o sítio primário do tumor e presença de comorbidades em pacientes com câncer internados em uma unidade hospitalar de cuidado paliativo.
Palavras Chave
Polifarmácia; Cuidado Paliativo; Câncer
Área
Controle de sintomas e qualidade de vida
Instituições
Instituto Nacional do Câncer - Rio de Janeiro - Brasil
Autores
VICTORIA MENDES DE LIMA, RENATA DE FIGUEIREDO DE LAMARE, RAÍ MARTINS MELO, LUCIANA FAVORETO VIEIRA MATTOS, LÍVIA DA COSTA DE OLIVEIRA, LUANA DO AMARAL BRASILEIRO