Dados do Trabalho
Título
O SIGNIFICADO DA MORTE PARA CRIANÇAS HOSPITALIZADAS
Introdução
Historicamente, acreditava-se que as crianças não eram afetadas pelo luto devido à sua imaturidade intelectual. No entanto, hoje sabe-se que as crianças enlutadas podem sofrer significativamente (Revet et al., 2020). Crianças que estão hospitalizadas vivenciam o entendimento sobre o luto e a morte de modo diferente, uma vez que estas enfrentam a possibilidade mais concreta de sua própria finitude. Neste cenário, experimentam um misto de sensações desagradáveis e sentimentos intensos e complexos, que se iniciam, em sua maioria, pela ruptura do seio familiar, do convívio social e pela rotina hospitalar cansativa.
Objetivo e Método
Descrever como crianças hospitalizadas compreendem a morte e o processo de luto. Tratou-se de um estudo descritivo-exploratório de natureza qualitativa, realizado em um hospital público, no município de Campina Grande/PB. Participaram 15 crianças internadas no setor de pediatria e oncologia pediátrica, estando em cuidados paliativos ou não. Os dados foram coletados por meio de entrevistas semiestruturadas, organizados pelo software IRaMuTeQ e analisados a luz da análise de conteúdo de Bardin (2011).
Resultados
A análise permitiu a construção de quatro categorias temáticas: as perdas vivenciadas pela criança (familiares, animais de estimação, desconhecidos); sentimentos relacionados às perdas (tristeza, superação); o que acontece com a chegada da morte (entra em estado de paz, associação ligada a conceitos religiosos ou espirituais, associação ao processo biológico); e suporte à criança quando alguém morre (suporte emocional, atividades lúdicas, participar dos rituais de despedida, reavivar as boas lembranças).
Conclusão/Considerações finais
Este estudo evidenciou que crianças hospitalizadas possuem uma compreensão complexa e variada sobre a morte e o processo de luto. Embora enfrentem a possibilidade concreta de sua própria finitude, elas elaboram significados diversos sobre a morte, influenciados por suas experiências pessoais, crenças religiosas e culturais. Esses achados destacam a importância de abordagens individualizadas e sensíveis no cuidado paliativo pediátrico, bem como no cuidado a crianças que não se encontram em cuidados paliativos, respeitando a singularidade de cada criança e suas necessidades emocionais durante a hospitalização.
Palavras Chave
morte; criança hospitalizada; compreensão
Área
Outras áreas
Autores
MARIA EDUARDA ALMEIDA ALMEIDA ALVES, KHIVIA KISS SILVA BARBOSA, JANICE DIAS SILVA, FRANCISCA MARINA SOUZA FREIRE, GLENDA AGRA