X Congresso Brasileiro de Cuidados Paliativos

Dados do Trabalho


Título

USO DE QUIMIOTERAPIA NO FINAL DA VIDA- ANALISE DOS DADOS DE UMA UNIDADE AMBULATORIAL DE ONCOLOGIA

Apresentação do caso

O tratamento modificador da doença nos últimos dias de vida, em pacientes oncológicos, não está associado a benefício de sobrevida, o sobretratamento diminui a qualidade de vida e onera o sistema de saúde.A taxa de uso de quimioterapia no final de vida varia em todo mundo,sabe-se que até um quinto dos pacientes recebem tratamento no último mês antes do desfecho.Aqui traremos um levantamento a partir dos dados da Comissão de óbito de um Ambulatório de Oncologia em Salvador/BA.

Discussão

Os estudos mostram uma variação na porcentagem de pacientes tratados próximos ao fim de vida, sendo que na ASCO Annual Meeting, em 2021, foi apresentado um estudo com dados do Sistema Único de Saúde, o qual mostrou que 45,4% dos pacientes investigados (N= 62.249) realizaram tratamento no último mês de vida. No mesmo Congresso dados americanos mostraram a maior probabilidade(40-43%)de exposição a tratamento nas instituições privadas. Em nosso levantamento retrospectivo feito entre 2021-2023, identificamos que nos últimos 30 dias antes do óbito o número de pacientes que estava em acompanhamento concomitante com a equipe de cuidados paliativos aumentou (22%, 34%, 41%) e tal fato contribuiu para a redução do número de tratamentos realizados nessa fase (21%,18%, 11%).

Considerações finais

A Sociedade Americana de Oncologia Clínica (ASCO ) e a Sociedade Europeia de Oncologia Médica (ESMO) recomendam, desde 2018, a introdução de cuidados paliativos em até oito semanas após o diagnóstico da doença oncológica avançada, justificando que essa intervenção pode resultar em cuidados de final de vida menos agressivos.
Porém sabemos que o acesso a essas equipes ainda não é universal, as decisões sobre a condução ideal dos pacientes com câncer próximo ao fim de vida são desafiantes, principalmente diante das imunoterapias e terapias direcionadas atuais e da ausência de protocolos internacionais que especifiquem até quando aplicar o tratamento, independentemente do tipo de câncer.
A criação de protocolos institucionais que embasem o encaminhamento precoce dos pacientes para as equipe de Cuidados Paliativos, contendo critérios técnicos de mau prognóstico na doença avançada, consensuados coletivamente, facilita a tomada de decisões difíceis e isenta a responsabilidade reservada ao profissional oncologista.

Low-Value End-of-Life Care in Some Patients With Cancer - Medscape - Jun 07, 2021.

Sociedade Americana de Oncologia Clínica (ASCO) 2021: Resumo 12008. Apresentado em 5 de junho de 2021.


Palavras Chave

Cuidados Paliativos; Oncologia; óbito

Área

Outras áreas

Autores

PAOLA MERCER GUIMARÃES, VITOR CARLOS SANTOS SILVA