Dados do Trabalho

Título

PROPOSTA DE CALCULO DE CUSTO EVITAVEL PARA OPERADORAS DE SAUDE POR DIARIAS EVITADAS EM UTI DEVIDO A ESTABELECIMENTO PRECOCE DE PLANO DE CUIDADOS POR SERVIÇO DE CUIDADOS PALIATIVOS EM HOSPITAL COM ESTRUTRA VERTICALIZADA

Introdução

O mercado de saúde enfrenta uma de suas fases mais desafiadoras da história: em meio a novas tecnologias, avanços farmacológicos e consequências pós-pandemia da COVID19, os custos com saúde apresentam uma crescente notadamente insustentável no curto prazo. Na saúde suplementar no Brasil, segundo a ANS, o mercado de planos de saúde encerrou o ano de 2023 com um prejuízo operacional de R$ 11,5 bilhões, a maior perda registrada desde 2001. Na contramão desta tendência, os Cuidados Paliativos (CP) tem como ganho secundário ao seu objetivo primordial (alívio do sofrimento em toda sua complexidade e dimensões) ser abordagem sustentável, onde a correta alocação de recursos reflete em ganho financeiro, especialmente por evitar o custo associado à medidas desproporcionais à determinadas fases de doença, uma vez que sua base foca em individualização do cuidado e correta avaliação prognóstica guiando as tomadas de decisão.

Objetivo e Método

Esse estudo tem como objetivo definir uma fórmula matemática para cálculo de custo evitável estimado atrelado à limitação da internação em UTI dos pacientes que tenham plano de cuidados definidos como suporte não invasivo exclusivo. A partir do monitoramento de 183 pacientes de operadora verticalizada acompanhados por serviço de CP de Junho/2023 a Junho/2024, foi realizada análise retrospectiva de dados de pacientes submetidos à limitação de internação em UTI (seja em cenário de óbito em unidade de internação (UI), descalonamento da alocação do paciente da UTI para andar, ou manejo em andar de complicação tradicionalmente com indicação de UTI). O custo estimado baseou-se no valor do pacote pago pela operadora para cada plano (categoria e produto) na UI e em UTI e no tempo médio de permanência por mês dos pacientes na instituição.

Resultados

Dos 183 pacientes analisados, 99 deixaram de ir para UTI ou foram retirados desta unidade para que a trajetória de suas doenças seguisse seu curso natural com mínimas intervenções, baseadas primariamente em manutenção de conforto. Destes, 52% se encontravam no grupo das neoplasias, 5% no grupo das síndromes neurológicas e 42% no grupo das síndromes demenciais ou idosos frágeis. Tal estratégia representou custo evitado estimado de R$ 1.142.164,42 neste período.

Conclusão/Considerações finais

Os CP representam uma estratégia sustentável em um mercado de saúde em colapso financeiro. A demonstração de custo-efetividade é um dos caminhos para a integração da boa assistência aos pacientes com doenças irreversíveis e o plano de negócios de hospitais verticais.

Palavras Chave

Cuidados Paliativos; gestão