X Congresso Brasileiro de Cuidados Paliativos

Dados do Trabalho


Título

CORRELAÇAO ENTRE TREINAMENTO EM CUIDADO PALIATIVO E FADIGA POR COMPAIXAO: UM ESTUDO SECCIONAL

Introdução

Fadiga por compaixão refere-se à exaustão emocional e física que pode ser sentida por profissionais que desempenham funções de cuidado. Ela está relacionada a aspectos físicos e mentais que, a exemplo do trauma, levam a alterações de comportamento e limitação da atuação profissional. Logo, altos níveis da fadiga por compaixão podem levar a sérias implicações para pacientes, profissionais e organizações.

Objetivo e Método

Objetivo: Explorar as experiências de médicos com e sem formação em cuidados paliativos que atuam como médicos generalistas em hospital secundário. A partir dos relatos dos mesmos, será avaliada a incidência de fadiga por compaixão nesses dois grupos. Método: Trata-se de estudo quantitativo e transversal, que utilizou entrevistas semi-estruturadas aplicadas aos médicos das enfermarias clínicas. Foram feitas entrevistas com todos os médicos do nosso hospital pertencentes aos setores de clínica médica, unidade de terapia intensiva e sala de estabilização clínica. Após a tabulação dos resultados, foram realizados os Testes de Mann-Whitney U para dados contínuos em distribuição não normal enquanto variáveis categóricas foram analisadas por meio do teste χ2 de Pearson. O nível de significância estatística aceito foi p < 0,05.

Resultados

A amostra consistiu em 36 médicos dos quais 61% eram do sexo masculino, com idade média de 37 anos e média de 11 anos de formação, atuantes majoritariamente em Enfermaria de Clínica Médica (50%). A maioria dos profissionais tinha residência em Clínica Médica (77,8%). Em geral, os entrevistados não possuíam formação em cuidados paliativos (77,8%) e 58,3% atendiam um paciente em cuidado paliativo a cada 2 plantões – frequência interpretada como intermediária em nosso formulário. O nível de trauma nos médicos foi classificado como médio (24 + 6); de burnout, baixo (19+5) e de compaixão, médio (41+ 5). Profissionais sem formação em cuidados paliativos tiveram maiores índices de Burnout (p=0.002), mas não houve associação entre a formação e índices de trauma ou compaixão.

Conclusão/Considerações finais

Médicos com formação em Cuidados Paliativos apresentaram menos Burnout ao atuarem como Generalistas em Hospital Secundário. Tal resultado pode incentivar a implementação de treinamentos em cuidados paliativos nos hospitais, assim como o desenvolvimento da área. Dessa forma, poderia haver melhoria na saúde do corpo clínico que presta a assistência e aprimoramento de seu desempenho no tratamento de seus pacientes. Não houve diferença entre índices de Trauma e de Compaixão.

Palavras Chave

burnout; fadiga por compaixão; Cuidados Paliativos

Área

Controle de sintomas e qualidade de vida

Autores

ELIANA MARANGONI, GABRIELA VIEIRA LUCIO, GABRIELA RODRIGUES DE OLIVEIRA LIMA, AGNES DE FATIMA PEREIRA CRUVINEL, SABRINA CORRÊA DA COSTA OLIVEIRA, JULIO CESAR GARCIA ALENCAR