Dados do Trabalho
Título
VALOR DA SIMBOLOGIA E SUA CONEXAO COM A ESPIRITULIDADE NO FIM DA VIDA
Apresentação do caso
Paciente 94 anos, portadora de síndrome demencial em estágio avançado, acamada. Deu entrada na unidade de internação via pronto socorro, encaminhada pelo geriatra externo para passagem de gastrostomia devido a recusa de ingesta alimentar há alguns dias.
Durante a internação, foi realizado rastreio infeccioso e hidratação endovenosa; identificado processo infeccioso pulmonar e iniciado tratamento com antibiótico. Após 7 dias de tratamento com antibiótico, incluindo escalonamento, paciente seguiu sonolenta, secretiva e não responsiva ; apresentou outras disfunções orgânicas ( piora da função renal, distúrbios hidroeletrolíticos). Seguiu dias em delirium hipoativo e inquietação, sugestivo de delirium terminal. Após reunião com familiares, foi realizado definição de plano de cuidados paliativos e optado por cuidados de finitude.
Paciente evoluiu com piora clínica e iniciou processo ativo de morte. Objetivo agora é controle de sintomas e cuidado de fim de vida. Paciente confortável, família acolhida. Filho em intenso sofrimento, vivendo um luto antecipatório. Equipe acolhendo angústias, sanando dúvidas de cada processo da evolução.
O tempo de evolução para morte começou a angustiar familiares; filho já não vinha mais às visitas, pois acreditava que isso aumentava seu sofrimento. Certo dia, o filho compareceu ao hospital ( havia se passado 1 semana que não comparecia); relatou que a paciente gostava muito de rosas; havia um roseiral na casa, e apenas 1 rosa florescia e estava virada para a janela do quarto da paciente. Acreditou então, ser um sinal da espiritualidade; a rosa simbolizava afeto.
Após a equipe autorizar a presença da rosa no hospital, o filho conseguiu em palavras despedir-se da mãe. Horas depois a paciente descansou.
Discussão
A espiritualidade pode ser entendida como a busca por significado, propósito e conexão, e não se limita necessariamente à religiosidade, embora muitas pessoas a expressem por meio de crenças religiosas. Nos cuidados paliativos, o reconhecimento da espiritualidade do paciente é essencial para oferecer um atendimento holístico, que considere não apenas o alívio físico dos sintomas, mas também o bem-estar emocional, social e espiritual do paciente e seus familiares.
Considerações finais
Respeitar as crenças espirituais dos pacientes é fundamental para garantir que suas decisões sobre cuidados e tratamento sejam respeitadas, promovendo um sentido de controle e dignidade.
Palavras Chave
Abordagem Espiritual; Assistência; Cuidados Paliativos na Terminalidade da Vida
Área
Outras áreas
Autores
MARA GRAZIELE MACIEL SILVEIRA, ANDRESSA YURI ARAKAKI