X Congresso Brasileiro de Cuidados Paliativos

Dados do Trabalho


Título

UM CHAMADO PELA EQUIDADE DE GENERO NO CUIDADOS PALIATIVOS: DISTRIBUIÇAO DE CONVIDADOS MULHERES E HOMENS NOS CONGRESSOS BRASILEIROS DE DE CUIDADOS PALIATIVOS

Introdução

A assistência em saúde no âmbito dos Cuidados Paliativos está intrinsecamente ligada ao cuidado e à humanização, características culturalmente associadas ao papel de gênero feminino. Embora as mulheres constituam a maioria da força de trabalho na saúde, elas raramente ocupam posições de destaque e liderança.

Objetivo e Método

O presente estudo teve como objetivo avaliar a participação de mulheres e homens como convidados nos congressos da Academia Nacional de Cuidados Paliativos em 2022 e 2024, no Brasil.

Após a aprovação ética (CAAE 80888624.2.0000.0102), os programas finais dos congressos de 2022 e 2024 foram avaliados. Analisou-se a distribuição dos espaços na programação (slots) entre mulheres e homens e a alocação dos convidados nas categorias de sessão científica: palestrante em sessão plenária (keynote), palestrante em sessão temática (palestrante), moderador e outras participações, classificadas da maior para menor importância. Workshops, sessões de temas livres e aulas patrocinadas foram excluídos.Os dados foram tabulados e submetidos a análise estatística (teste Qui-Quadrado de Independência; χ²).

Resultados

Em 2022, houve 346 slots, dos quais a maioria foi ocupada por mulheres (67,9%). Em 2024, houve uma redução para 227 slots, com uma proporção similar (67,8%) de mulheres. A proporção de mulheres e homens convidados permaneceu praticamente a mesma entre os anos estudados, com quase 7 em cada 10 slots ocupados por mulheres. No entanto, na categoria de maior importância, os keynotes, a predominância foi masculina: 77,8% dos keynotes em 2022 e 70,0% em 2024 foram homens, não refletindo a proporção geral de convidados. As mulheres foram a maioria nas categorias de palestrantes e moderadoras em ambos os anos (2022: 67,1%/74%; 2024: 67,2%/81,4%), com um aumento observado na categoria de moderadoras em 2024.
Houve uma associação significativa entre o ano, o gênero e as diferentes categorias de participação, indicando que a distribuição de gênero nas categorias não é independente do ano (χ² = 20,12, p= 0,0053). A visibilidade profissional em eventos científicos é um indicativo da preocupação com a equidade de gênero.

Conclusão/Considerações finais

Conclui-se que, apesar de as mulheres serem a maioria dos convidados nos eventos científicos, elas ainda estão sub-representadas nas posições de maior importância, sendo mais frequentemente encontradas como palestrantes e moderadoras. Sugere-se a criação de políticas específicas para garantir a equidade de gênero nos eventos científicos no Brasil.

Palavras Chave

Equidade de gênero; bioética; Participação feminina

Área

Outras áreas

Instituições

Universidade Federal do Paraná - Paraná - Brasil

Autores

URSULA BUENO PRADO GUIRRO, CAROLINA SARMENTO, LUCIANA DADALTO, PEDRO IVAN CAMPOS KLASSEN