Dados do Trabalho
Título
ENXERGANDO O SER HUMANO QUE ABRIGA O PACIENTE EM FIM DE VIDA - UMA EXPERIENCIA MEDIADA PELO USO DE PRONTUARIOS AFETIVOS
Introdução
A Teoria Humanística de Paterson e Zderad se conecta aos princípios dos Cuidados Paliativos ao buscar fortalecer o bem-estar de uma pessoa por meio de uma experiência intersubjetiva, na qual exista um compartilhar verdadeiro, um diálogo vivo e um relacionar-se criativo (PATERSON e ZDERAD, 1988). Neste direcionamento, o prontuário afetivo consiste em uma forma de cuidado ao ser humano que abriga o paciente em fim de vida.
Objetivo e Método
Relatar a experiência de cuidado humanístico mediada pelo uso de prontuários afetivos no contexto hospitalar dos cuidados de fim de vida.
Trata-se de um relato de experiência referente a implementação de “Prontuários Afetivos” para pacientes em cuidados de fim de vida de um hospital público do interior da Bahia. A ação foi realizada pelo Agrupamento Multidisciplinar de Acolhimento (AMA), grupo extensionista interdisciplinar da Universidade Federal da Bahia, Campus Anísio Teixeira. Foram implementados 10 prontuários afetivos no setorer de enfermaria clínica junto a pacientes em cuidados de fim de vida, em sua maioria com dignóstico de câncer, entre outros. O prontuário tinha tamanho A3, impresso, plastificado e colorido, com espaço para colar: fotos; mensagens familiares; e espaço para escrever, com caneta permanente, as informações: nome/apelido; amores da vida; fontes de esperança; comidas favoritas; músicas favoritas e hobbies.
Resultados
Os prontuários foram preenchidos a beira leito, quando aceitos pelo paciente e/ou sua família, após apresentação da equipe AMA e da intervenção. Em seguida eles foram fixados nas paredes, sempre próximo a identificação formal do paciente no leito, o que possibilitou melhor visualização das pessoas. Foram observadas/registradas opiniões do paciente/familiar desde o momento da construção até a exposição do prontuário afetivo, as quais apontaram para satisfação destes, na medida em que os fizeram relembrar do seu contexto extra-hospitalar e os aproximaram da equipe de saúde sob uma perspectiva menos técnica.
Conclusão/Considerações finais
O uso de prontuários afetivos no contexto hopitalar de fim de vida se mostrou como uma exitosa forma de cuidado humanístico baseado em Paterson e Zderad. Isso, porque esta intervenção mobilizou no paciente/familiar uma maior conexão com os “Amores da vida” e as “Fontes de esperança”, entre outros memórias, que favoreceram seu bem-estar, acolhimento e vínculo com a equipe de saúde, validando a importância da afetividade no processo de cuidado humano.
Referências
Paterson JG, Zderad LT. Humanistic Nursing. NLN publications,1988.
Palavras Chave
Assistência Terminal; Amor; humanização da assistência
Área
Outras áreas
Autores
CAROLINA BAGANO CRUZ, ARIELE CARVALHO PEIXOTO CUNHA, ALINE OLIVEIRA ROCHA, MATEUS VILARIM OLIVEIRA, JULIANA XAVIER PINHEIRO DA CUNHA, EMANUELLE CAIRES DIAS ARAÚJO NUNES