X Congresso Brasileiro de Cuidados Paliativos

Dados do Trabalho


Título

OS DESAFIOS DO LUTO NOS CUIDADOS PALIATIVOS: O QUE ESTAMOS FAZENDO POR QUEM FICA?

Introdução

O luto pela morte de um ente querido envolve um complexo processo marcado por atribuição de significado e recomeço. Quando a morte se dá após um período de cuidados de final de vida, os cuidadores podem desempenhar um papel importante no processo de luto desses familiares, especialmente por meio de suas atitudes durante e após o cuidado. Compreender como esse cuidado tem sido ofertado e percebido é essencial para melhorar o suporte.

Objetivo e Método

Este trabalho buscou relacionar a percepção da empatia oferecida pelos profissionais da saúde aos familiares de seus pacientes falecidos, tanto pela perspectiva de familiares quanto de profissionais da área que perderam pacientes. Mediante um formulário na plataforma REDCap os participantes familiares foram perguntados sobre momentos que sentiram empatia ou falta dela por parte dos profissionais que cuidaram de seu ente querido em final de vida, enquanto os profissionais da saúde foram questionados sobre momentos em que sentiram que sua demonstração de empatia fazia diferença e sobre momentos em que acreditavam ter falhado em demonstrar empatia.

Resultados

Entre os participantes familiares, 53,5% relataram ter vivido algum momento em que se sentiu compreendido pelo profissional que cuidava de seu ente querido em final de vida, sendo a comunicação, a escuta e o carinho as características destacadas. Também entre os familiares, 67% relataram ter vivido algum momento em que sentiu falta de empatia por parte dos cuidadores, sendo a falta de ajuda e falta de compreensão as características destacadas. Entre os cuidadores, 32% acreditaram ter falhado em demonstrar empatia em algum momento, atribuindo tal falta principalmente à alta demanda do ambiente de trabalho. Cerca de 83% dos cuidadores relataram ter vivido momentos em que sua demonstração de empatia fez com que sentisse que tal atitude era benéfica, sendo sua presença e o agradecimento dos familiares os principais indicadores citados.

Conclusão/Considerações finais

A pesquisa expôs uma discrepância entre a experiência com situações de falta de empatia vivenciadas por familiares e a autoavaliação dos profissionais da saúde. É notável o reconhecimento dos profissionais sobre a importância de seu atendimento empático. Para melhorar o cuidado, seria interessante a criação de um ambiente mais equilibrado e a oferta de um suporte aos cuidadores, como uma especialização em empatia clínica. Referência: FRANCO, M. H. P. Luto em cuidados paliativos. In: Cuidado paliativo. São Paulo: CREMESP, 2008. Agradecimento: FAPESP.

Palavras Chave

Luto; morte; empatia

Área

Controle de sintomas e qualidade de vida

Instituições

Universidade Federal de São Carlos - São Paulo - Brasil

Autores

AMANDA MORO SANCHES, ESTHER ANGÉLICA LUIZ FERREIRA, CRISTINA ORTIZ SOBRINHO VALETE