X Congresso Brasileiro de Cuidados Paliativos

Dados do Trabalho


Título

MOBILIZANDO CONFORTO APESAR DO ISOLAMENTO – O DESAFIO DE ENFERMEIROS NOS CUIDADOS DE FIM DE VIDA A PESSOAS COM COVID-19

Introdução

Introdução: Desde a pandemia por COVID-19 um grande número de pacientes vítimas desta doença experimentou a finitude da vida em um contexto solitário e isolado, majoritariamente vivido em Unidades de Terapia Intensiva (UTIs). O afastamento da família, as restrições sanitárias e o medo de uma doença letal contribuíram para um sofrimento e luto ainda maior nestes casos, o que demandou dos enfermeiros intensivistas a reinvenção do cuidado de fim de vida na direção de uma práxis da hospitalidade e do conforto.

Objetivo e Método

Objetivo: Analisar, à luz da Teoria do Conforto de Kolcaba, o cuidado prestado por enfermeiros a pacientes críticos com COVID-19 internados em UTI. Método: Trata-se de um estudo qualitativo, descritivo e exploratório, realizado com 12 enfermeiros que atuaram, por no mínimo 6 meses, em UTIs exclusivas para COVID-19, entre os anos 2020 a 2021. Realizou-se entrevista semiestruturada e a análise seguiu o modelo temático de Minayo.

Resultados

Resultados: A partir da análise dos cuidados realizados pelos enfermeiros, emergiram quatro categorias: 1. Promovendo um ambiente acolhedor: por meio de músicas, prontuário afetivo, histórias, brincadeiras e distrações; 2. Valorizando a escuta e o toque: toque das mãos, entrelaçar a mão do paciente com luvas com água morna, manifestações de carinho, presença e escuta ativa; 3. Aproximando o paciente de sua família: ser a referência de comunicação com a família, promoção da visita virtual e presencial, de forma segura, da família; 4. Cultivando a espiritualidade: respeito a religiosidade e realização de orações com o paciente.

Conclusão/Considerações finais

Conclusão: As ações implementadas pelos enfermeiros foram exitosas para a promoção do conforto dos pacientes críticos com COVID-19 e contemplaram os aspectos físicos, psicoespirituais, ambientais e socioculturais presentes na teoria de Kolcaba. Esses cuidados humanizados contribuíram para amenizar sentimentos de angustia, solidão e tristeza do paciente e de sua família, que resultaram do distanciamento físico, da impossibilidade de despedida dos familiares e do medo da morte. Desta forma, as ações realizadas pelos enfermeiros refletem um olhar sensível que transcende o cuidado biológico, mas que perpassa pelas necessidades em se promover o conforto em todas as suas dimensões. Referência: BIZUTTI, N. S. et al. Evolução Histórica do Conforto no Cuidado de Enfermagem a Pacientes Oncológicos em Fim de Vida: Revisão Integrativa da Literatura. Revista Brasileira de Cancerologia, v. 70, n. 1, p. e–104437, 2024.

Palavras Chave

morte; Conforto; Enfermagem

Área

Outras áreas

Autores

CIND VITÓRIA SANTOS ARAUJO, EMANUELLE CAIRES DIAS ARAÚJO NUNES, REBECA BRITO BITTENCOURT, ANA ESTHER SOARES SILVA SOUSA, MATEUS VILARIM OLIVEIRA, JULIANA XAVIER PINHEIRO DA CUNHA