Dados do Trabalho

Título

ADRENALINA TOPICA INTRAVESICAL EM HEMATURIA MACROSCOPICA ONCOLOGICA FRANCA REFRATARIA: RELATO DE CASOS

Apresentação do caso

Caso 1: Paciente feminina de 95 anos, diagnosticada com carcinoma urotelial infiltrante de alto grau em maio de 2023, realizou ressecção transuretral incompleta e radioterapia paliativa. Em março de 2024, retornou com hematúria e dor abdominal. Foram realizadas irrigação vesical e ácido tranexâmico endovenoso, sem sucesso. Optou-se por infusão de soro fisiológico 250 ml com adrenalina 0,5 mg pela terceira via da sonda vesical, mantendo a medicação intravesical com clampeamento da sonda por alguns minutos, conforme tolerância, e reabrindo a via em seguida. A paciente apresentou melhora da hematúria e recebeu alta com resolução dos sintomas. Caso 2: Paciente masculino de 68 anos, com diagnóstico de carcinoma de cólon direito em 2021, foi investigado por hematúria em janeiro de 2024, com exames mostrando lesão nodular vascularizada devido a extensão da neoplasia peritoneal para as paredes vesicais adjacentes. Em março de 2024, internou com suboclusão intestinal, hematúria e dor abdominal devido à progressão da doença. A radioterapia hemostática foi suspensa devido à obstrução intestinal maligna. A despeito da irrigação, houve dor e episódios de obstrução de sonda. Optou-se por irrigação intravesical com adrenalina 0,5 mg em soro 250 ml, mantendo a sonda clampeada por cerca de 15 minutos, conforme tolerância do paciente. A administração da medicação resultou em melhora, sem novos episódios de hematúria.

Discussão

Hematúria e obstrução urinária secundárias à neoplasia são complicações frequentes em cuidados paliativos, onde tratamentos modificadores de doença são muitas vezes ineficazes. Buscou-se alternativas na literatura e no único relato de caso encontrado, o paciente idoso octogenário recebeu administração de adrenalina injetável 0,5mg em bolsas de 3 litros de soro fisiológico, sendo administrada uma bolsa por dia até redução do sintoma e não foram observados efeitos colaterais.

Considerações finais

A adrenalina tem eficácia comprovada em sangramentos do trato digestivo, otorrinolaringológico e traqueobrônquico e a administração tópica intravesical pode ser uma opção válida, apesar da escassa referência literária. A eficácia observada nos casos relatados sugere potencial benefício, mas mais estudos são necessários.

Palavras Chave

neoplasia de bexiga; adrenalina; hematúria