X Congresso Brasileiro de Cuidados Paliativos

Dados do Trabalho


Título

CUIDADO INFORMAL NO FIM DA VIDA NO BRASIL: REVISAO SISTEMATICA DE ESTUDOS QUALITATIVOS

Introdução

Pessoas que têm uma doença terminal demandam assistência à saúde não somente de uma equipe multidisciplinar, mas também dos seus cuidadores informais. Estes cuidadores não recebem remuneração pelo seu papel e, por serem figuras constantes na vida desses pacientes, conhecem bem as variáveis que impactam a prestação de um cuidado adequado no fim de vida (Ijaopo, Zaw & Ijaopo, 2023).

Objetivo e Método

Conhecer as barreiras e facilitadores percebidos por cuidadores informais na prática do cuidado a adultos e idosos com doença terminal no Brasil. Revisão sistemática de estudos qualitativos conforme a metodologia do Instituto Joanna Briggs. Incluíram-se estudos qualitativos primários, desenvolvidos no Brasil e que focam na visão dos cuidadores informais que exerçam ou já tenham exercido o cuidado a um paciente terminal. O mapeamento dos dados se deu com o uso da ferramenta JBI Qualitative Data Extraction Tool e a análise, por intermédio da meta-agregação.

Resultados

Foram selecionados 13 artigos e, a partir deles, designaram-se cinco achados sintetizados. Os cuidadores informais de pacientes terminais identificaram as barreiras: despreparo dos profissionais e do ambiente hospitalar no que tange ao cuidado no fim de vida; desconfiança dos serviços públicos de saúde; e a sobrecarga financeira, psicológica e física. Como facilitadores para o cuidado, relataram o fácil acesso a profissionais afetuosos e capacitados que abordem a temática da morte de forma clara em sua comunicação; o estabelecimento de uma rede de apoio informal; e a importância de ter resiliência e de se amparar em crenças e religiões. Foi percebido como favorável à assistência ao paciente terminal a preocupação institucional com a saúde mental dos profissionais da saúde, evitando que estes se afastem dos pacientes que estão no fim da vida; a disposição 24h de uma equipe profissional para atender as dúvidas dos cuidadores informais; a implementação de capacitação para os profissionais sobre como se comunicar sobre a morte; e o estímulo à resiliência, espiritualidade e rodízio familiar nas tarefas do cuidado.

Conclusão/Considerações finais

Os achados têm consequências práticas e abrem caminho para o desenvolvimento de serviços que possam reduzir as adversidades enfrentadas pelos cuidadores em âmbito nacional.

Palavras Chave

Doente Terminal; Cuidados de Fim de Vida; Cuidadores

Área

Outras áreas

Autores

FERNANDA CIRNE LIMA WESTON, ALINE BRANCO, ISABELA OURIQUES BORGHETTI, INGRID GARCIA OLIVEIRA, IRANI IRACEMA DE LIMA ARGIMON