Dados do Trabalho
Título
CUIDADOS PALIATIVOS NEONATAIS: CONTRAMÃO DA ASSISTÊNCIA OU DIREÇÃO DO CUIDADO? UM MISTO DE SENTIMENTOS
Introdução
Os Cuidados Paliativos entram em cena diante de doenças ou condições que ameaçam a continuidade da vida de um recém-nascido. De acordo com a Organização Mundial da Saúde, a definição de Cuidados Paliativos corresponde a uma abordagem a pessoas que enfrentam uma doença que ameaça esta continuidade. Esse trabalho deve se estender à família, buscando promoção de saúde, qualidade de vida, prevenção e alívio do sofrimento. A atuação do psicólogo hospitalar se concentra na tríade paciente-família-equipe, promovendo atenção humanizada, suporte emocional, diálogo interdisciplinar, de modo a elaborar estratégias de cuidado ao paciente que o vislumbrem como um sujeito biopsicossocial e espiritual.
Objetivo e Método
Esta pesquisa visa compreender as emoções dos profissionais de saúde referentes aos cuidados paliativos em uma Unidade de Terapia Intensiva Neonatal, na perspectiva da Psicologia Hospitalar. O estudo foi qualitativo e teve como instrumento de coleta de dados a entrevista semiestruturada realizada com nove profissionais da Unidade de Terapia Intensiva Neonatal e/ou da Comissão de Cuidados Paliativos.
Resultados
Os resultados foram analisados na perspectiva analítico-crítica. Um dos resultados da pesquisa refere-se à negação da morte. Muitas vezes, é utilizada como um mecanismo de defesa nas práticas de cuidado diárias aos recém-nascidos que necessitam de cuidados paliativos e a suas famílias. Os profissionais tendem a evitar prestar cuidado ao bebê indicado para Cuidados Paliativos e a essa família, como forma de esquivar-se da vinculação e do sofrimento posterior ao óbito do recém-nascido. A equipe assistencial compreende o encaminhamento dos recém-nascidos à Comissão de Cuidados Paliativos como sinal de impotência diante do caso.
Conclusão/Considerações finais
Os profissionais desconhecem ou conhecem superficialmente os princípios dos Cuidados Paliativos neonatais. Os sentimentos vividos vão desde alegria, felicidade, satisfação, identificação à tristeza, ambivalência, frustração, impotência, defesa e esquiva. Ter tempo de qualidade com amigos e rede de apoio; compartilhar os sentimentos e dificuldades com as colegas de trabalho; tentar separar a vida pessoal da vida no trabalho; estratégias de educação permanente; momentos de autocuidado, dentre outras, foram citadas como algumas estratégias de enfrentamento utilizadas pelas profissionais. As entrevistadas possuem uma satisfatória compreensão acerca do papel da psicologia hospitalar no âmbito dos Cuidados Paliativos neonatais.
Referências
Azevêdo; Crepaldi, 2016
Matsumoto, 2012
Palavras Chave
Cuidados Paliativos; Neonatologia; psicologia
Área
Outras áreas
Autores
Thalita Sena Vieira, MARIA DO SOCORRO LEONÁCIO, EVELYNE NUNES ERVEDOSA BASTOS, SABRINA DÉRICA ARRUDA ROSA, ELISÂNGELA CAVALCANTE DINIZ