X Congresso Brasileiro de Cuidados Paliativos

Dados do Trabalho


Título

UMA DOR INVISIVEL: AVALIAÇAO DA INTENSIDADE DA DOR TOTAL EM PACIENTES ONCOLOGICOS EM CUIDADOS PALIATIVOS

Introdução

Contemporaneamente são muitos os estudos que buscam compreender e avaliar a dor, especialmente a que está relacionada ao câncer. Esse é, sem dúvidas, um dos sintomas mais desafiadores para os profissionais de saúde e o mais ameaçador para o paciente, principalmente entre os que estão em processo de fim de vida. Eles sentem um dor total, que afeta múltiplas dimensões da vida humana: a dor física (sensação no corpo de desconforto), a dor psíquica (medo do sofrimento e da morte, tristeza, raiva, revolta, insegurança, desespero e depressão), a dor social (rejeição, dependência e inutilidade) e a dor espiritual (falta de sentido na vida e na morte, medo do pós-morte e culpas perante Deus). Trata-se de uma experiência subjetiva e multidimensional, cuja complexidade e carência de instrumentos dificultam sua avaliação e controle. Por isso, a dor total costuma ser ignorada ou subavaliada.

Objetivo e Método

Para mitigar esse problema, o presente estudo objetivou avaliar a intensidade da dor total em pacientes com câncer em cuidados paliativos. Trata-se de estudo de levantamento, com amostra não probabilística composta por 150 pacientes com câncer em cuidados paliativos. Utilizou-se um questionário sociodemográfico e a Escala de Avaliação da Dor Total, que mede a presença, frequência e intensidade das quatro dimensões de dor, por meio de três escalas de resposta.

Resultados

Realizou-se análises de estatística descritiva inferencial por meio do software JASP, para avaliação da média geral de pontuação. Para interpretação, as pontuações foram classificando-as em quartis: “dor mínima”; “pouca dor”; “muita dor”; e “dor intensa”. Os resultados sinalizaram a presença de dor nas quatro dimensões: no Fator 1 – “Dor emocional” – com intensidade “mínima” (M = 2,23; DP = 2,32), com pontuação que varia entre 0,00 e 9,00 pontos; no Fator 2 – “Dor física” – com “pouca dor” (M = 3,60; DP = 2,66), com pontuação que varia entre 0,00 e 9,80 pontos; no Fator 3 – “Dor social” – com intensidade “mínima” (M = 1,71; DP = 1,86), com pontuação que varia entre 0,00 e 10,00 pontos; e no Fator 4 – “Dor espiritual” – com intensidade “mínima” (M = 0,30; DP = 1,09), com pontuação que varia entre 0,00 e 7,33 pontos.

Conclusão/Considerações finais

Conclui-se ser fundamental a compreensão das quatro dimensões que compõem a dor total para a oferta da melhor terapêutica ao paciente.

Referências

Castro, M. C. F. D., Fuly, P. D. S. C., Santos, M. L. S. C. D., & Chagas, M. C. (2021). Dor total e teoria do conforto: implicações no cuidado ao paciente em cuidados paliativos oncológicos. Revista Gaúcha de Enfermagem, 42, e20200311.
Viana, V. V. P., Cabral, M. E. G., Oliveira, H. D., Rocha, R. V. S., dos Reis, J. F., do Carmo, D. M., ... & Braga, V. G. R. (2023). Importância do manejo adequado da dor para pacientes em cuidados paliativos. Brazilian Journal of Health Review, 6(3), 10813-10824.

Palavras Chave

Avaliação da dor; Dor total; Cuidados Paliativos

Área

Controle de sintomas e qualidade de vida

Instituições

UNIVERSIDADE DE FORTALEZA - Ceará - Brasil

Autores

LÍVIA NÁDIA ALBUQUERQUE DOS SANTOS, ALANA MABDA LEITE GOMES, ICARO MOREIRA COSTA, CYNTHIA DE FREITAS MELO