Dados do Trabalho
Título
O IMPACTO DO PLANEJAMENTO ANTECIPADO DE CUIDADOS NO LUTO ANTECIPATORIO DOS FAMILIARES: RELATO DE CASO NA ATENÇAO DOMICILIAR DO MUNICIPIO DO RIO DE JANEIRO
Apresentação do caso
Este é um relato sobre duas pacientes atendidas na mesma época, pela atenção domiciliar do município, ambas com diagnóstico de Esclerose Lateral Amiotrófica (ELA). A.M.M, caucasiana, 65 anos, fora encaminhada para a atenção domiciliar dois anos após o diagnóstico de ELA, quando já havia sofrido um acidente vascular cerebral isquemico com sequelas na compreensão e expressão oral e escrita. Suporte de cuidados oferecido por três filhas, cujo relato era que a mãe nunca fora abordada sobre o planejamento antecipado de cuidados. S.V.R, caucasiana, 64 anos, expressão oral e cognição preservadas, cuidada por um casal de filhos. Um ano após o diagnóstico, quando a mobilidade ficou comprometida, fora encaminhada para atenção domiciliar e teve as Diretivas Antecipadas de Vontade (DAV) realizadas pelos profissionais deste serviço.
Discussão
Esclerose Lateral Amiotrófica trata-se de uma doença neurodegenerativa, grave e progressiva que acarreta paralisia motora irreversível.
Luto antecipatório são reações de pesar diante da eminência da perda, neste caso, um luto enquanto o paciente ainda se encontra vivo com as mesmas características e sintomatologia do luto.
O planejamento antecipado de cuidados (ACP) é um processo de discussões entre profissionais de saúde e pacientes que permite a tomada de decisão compartilhada quanto a objetivos de cuidados em saúde, quando o paciente não é capaz de manifestar sua vontade livre e autonomamente. As DAV, documentos de manifestação de vontade prévia, são parte desse planejamento.
O acometimento neurodegenerativo traz limitações e incapacitações e é uma vivência potencialmente desestruturante para o paciente e grupo familiar. As filhas de A.M.M apresentavam grande dificuldade em tomar decisões, pois estas muitas vezes estavam emocionalmente vulneráveis e sem condições adequadas para responder por sua mãe, que não apresentava capacidade cognitiva para se autodeterminar. E não realizou nenhum tipo de planejamento antecipado de cuidados. Elas apresentaram mais sinais de anseio, protesto e desespero, quando comparadas aos filhos de S.V.R, que perceberam-se realizando opções de cuidado que melhor correspondiam aos desejos e valores determinados pela mãe. Nos momentos em que esta não estava em condições de manifestar vontade.
Considerações finais
As DAV demonstraram agir como fator protetor para um luto antecipatório mais integrado, nos casos descritos. Foi observada grande escassez de artigos sobre o assunto, sendo necessário mais estudos.
Palavras Chave
Planejamento Antecipado de Cuidados; Diretivas Antecipadas de vontade; luto antecipatório
Área
Outras áreas
Autores
SAMANTHA REIS DE JESUS , MÁRCIA ARAÚJO DA SILVA, SIRLENE DE AQUINO TEIXEIRA , LIVIA SILVA DE GOUVÊA , ADRIANA IZAQUEU RODRIGUES CONDE