Dados do Trabalho
Título
“PRA MIM, ELE JA MORREU”: A VIVENCIA GRUPAL COM FAMILIARES EM LUTO ANTECIPATORIO EM UM HOSPITAL TERCIARIO DE FORTALEZA.
Introdução
Introdução: O processo de luto tem início antes da morte propriamente dita, o que nomeamos como luto antecipatório, e se intensifica quando o paciente adentra aos cuidados de fim de vida. Nesse momento, a sua perda já é sentida a partir da ausência do sujeito nas atividades cotidianas, a falta de interação e a despersonalização. Considerando o papel fundamental que a família apresenta durante o processo de adoecimento e o sofrimento que experienciam, foi elaborado um grupo com finalidade terapêutica, voltado para familiares de pacientes em cuidados de fim de vida internados em enfermarias.
Objetivo e Método
Objetivo: Relatar a experiência da vivência grupal com familiares em luto antecipatório em um hospital terciário localizado em Fortaleza, no estado do Ceará. Métodos: Trata-se de um estudo descritivo, de natureza qualitativa, na modalidade de relato de experiência, com a descrição da vivência da autora enquanto psicóloga atuante em uma unidade de cuidados de fim de vida. A experiência relatada ocorreu no ano de 2023.
Resultados
Resultados: A vivência grupal ocorreu de forma quinzenal, com a duração de quarenta minutos e com no máximo 6 participantes, em um ambiente fechado e livre de interrupções. Os objetivos principais eram de, acolher os familiares em luto antecipatório, promover a elaboração das perdas e o ajustamento a uma vida sem o sujeito, além de facilitar a identificação e a integração dos participantes. Os grupos aconteciam a partir de uma temática principal como, a vivência do luto antecipatório, as perdas em decorrência do adoecimento, a vida fora do hospital, a sobrecarga de cuidados e a importância do autocuidado. Foram realizados momentos de escuta, acolhimento, psicoeducação e intervenções a partir da música e do desenho. Os familiares apresentavam reações físicas e psicológicas devido à iminência da morte de seu ente querido e a despersonalização do paciente, que já não mais parecia com ele mesmo. Além disso, a maioria destes apresentavam também sinais de sobrecarga do cuidador devido ao tempo prolongado de internação e a restrição de apoio familiar/social para alternar os cuidados no ambiente hospitalar. Portanto, seguiam em atendimento psicológico individual.
Conclusão/Considerações finais
Considerações Finais: A partir do proposto, o grupo tornou-se um espaço potente de troca, validação, aprendizado e elaboração, no qual os participantes se identificavam com as falas das outras acompanhantes e podiam assim, se sentir à vontade para falar abertamente sobre a morte e expressar suas dores.
Referências
Franco, M. H. P. (2014). Luto antecipatório em cuidados paliativos. In M. H. P. Franco & K. K. Polido, Atendimento psicoterapêutico no luto (pp. 27-35). São Paulo, SP: Zagodoni.
Área
Modalidades de atendimento
Autores
PATRICIA TELES XEREZ PEIXOTO