Dados do Trabalho

Título

ANALISE DO PERFIL EPIDEMIOLOGICO, DA SOBREVIDA GLOBAL E DOS MOTIVOS PARA HEMOTRANSFUSAO DE CONCENTRADO DE HEMACIAS EM PACIENTES ONCOLOGICOS EM CUIDADOS PALIATIVOS

Apresentação do caso

Introdução: Habitualmente, a transfusão de concentrado de hemácias é indicada em pacientes que tenham hemoglobina inferior a 7 g/dL ou hematócrito equivalente, após uma queda aguda na hemoglobina ou início de sintomas. Porém, nos pacientes oncológicos paliativos, a evidência científica sobre os benefícios ainda é limitada.¹ Objetivo: Analisar o perfil epidemiológico, as indicações de hemotransfusão de hemácias e a sobrevida global após o procedimento em pacientes oncológicos paliativos. Método: Trata-se de um estudo retrospectivo, quantitativo e descritivo. Abrange os pacientes atendidos em uma unidade pública de cuidados paliativos em oncologia do município do Rio de Janeiro, de maio de 2022 a maio de 2024, que receberam ao menos 01 (um) concentrado de hemácias. As variáveis foram: sexo, idade, diagnóstico (pelo Código Internacional de Doenças 10), capacidade funcional (Karnofsky Performance Status-KPS), hemoglobina pré-transfusional, indicações e sobrevida após a última transfusão.

Discussão

Resultados: Entre os 168 pacientes analisados, a maioria tinha menos de 60 anos de idade (53,6%) e era do sexo feminino (64,9%). Os tumores primários mais frequentes foram: colo de útero (23,8%), colorretal (11,3%), próstata (9,5%), mama (7,1%) e sarcoma (6%). A maioria (41,1%) apresentou KPS inferior ou igual a 30%. As principais indicações foram: fadiga (54,8%), sonolência (19%), dispneia (16,7%), vertigem (8,9%) e valor de hemoglobina < 7 g/dL (8,9%). O valor de hemoglobina pré-transfusional foi < 7 g/dL em 90,5% (mediana de 5,4 g/dL). A sobrevida após a última hemotransfusão foi menor que 30 dias em 100 pacientes (59,5%), e 36% destes apresentaram sobrevida inferior ou igual a 7 dias.

Considerações finais

Conclusão: Os resultados auxiliaram na identificação do perfil dos pacientes que receberam concentrado de hemácias em uma unidade de cuidados paliativos oncológicos, sendo a maioria do sexo feminino, com menos de 60 anos de idade e KPS menor ou igual a 30%. A principal indicação foi o controle de sintomas, em consonância aos princípios dos cuidados paliativos. Contudo, a sobrevida foi inferior a 30 dias na maioria, sugerindo a importância de avaliar outras formas de manejo dos sintomas associados à anemia, pois o uso de concentrados de hemácias é um recurso finito. Referência Bibliográfica: 1-CHIN‐YEE, N. et al. Red blood cell transfusion and associated outcomes in patients referred for palliative care: A retrospective cohort study. Transfusion, v. 61, n. 8, p. 2317–2326, 19 jun. 2021.

Palavras Chave

Cuidados Paliativos; concentrado de hemácias; sobrevida global pós-transfusão