X Congresso Brasileiro de Cuidados Paliativos

Dados do Trabalho


Título

ITINERARIO TERAPEUTICO E CUIDADOS PALIATIVOS: UMA REVISAO DE ESCOPO

Introdução

O termo itinerário terapêutico (IT) remete a uma cadeia de eventos que formam um conjunto de ações para lidar com a aflição do adoecimento, não se tratando necessariamente de algo pré-determinado (RABELLO, 1999). Os Cuidados Paliativos (CP) integram diferentes níveis de cuidado e não se restringem a um lugar ou modalidade de atendimento. O local mais indicado vai depender das necessidades do paciente e dos objetivos do cuidado, podendo ser em domicílio, hospital, unidade especializada (hospice), ambulatório, ou instituição de longa permanência.

Objetivo e Método

Esse estudo tem como objetivo realizar uma revisão de escopo a respeito do IT de pacientes em cuidados paliativos. Trata-se de uma revisão com a seguinte pergunta norteadora: “qual o itinerário terapêutico de pacientes em cuidados paliativos?” Para tanto, as bases de dados utilizadas foram PUBMED, BVS e SCIELO e os descritores: ‘cuidados paliativos’, ‘itinerário terapêutico’ e ‘fim de vida’ e seus equivalentes na língua inglesa presentes na plataforma DECS/Mesh, no período de publicação entre 2014 e 2024. Foram inicialmente encontrados 34 artigos e depois das exclusões por duplicatas, leitura de títulos, resumos e textos completos, 3 artigos foram selecionados. Na literatura cinzenta, foram incluídos o manual “Avaliação do paciente em CP” (INCA, 2022) e o livro literário “Vida Inteira” (SOARES, 2021).

Resultados

No cenário brasileiro, a busca por tratamento, na saúde pública, costuma iniciar na Atenção Primária e o seguimento em ambiente hospitalar. Já na saúde suplementar identificou-se que há a busca direta pelo especialista e que o acompanhamento ocorre em consultório. Foram documentadas diferenças na comunicação entre especialistas relacionadas às características da doença, modalidades de tratamento e prognóstico. Percebe-se também um distanciamento entre o cuidado curativo e o paliativo, sendo tratadas como abordagens excludentes entre si, o que torna os CP ausentes no na conduta inicial. Nota-se ainda imprecisão na comunicação de notícias difíceis por médicos não paliativistas, provocando demora na compreensão do quadro por pacientes e familiares.

Conclusão/Considerações finais

Estudar o IT permite que gestores e profissionais da saúde planejem serviços adequados às necessidades elencadas pelos pacientes, podendo incluir a reorganização de fluxos de atendimento, capacitação de equipes e valorização dos CP, não como segunda opção após a suspensão de tratamentos, mas como cita Soares “a arte de ajudar o paciente a caminhar entre a lucidez e a esperança”.

Palavras Chave

Cuidados Paliativos; Fim de vida; Itinerário terapêutico

Área

Outras áreas

Autores

VALERIA CAROLINA ARMAS VILLEGAS, ANDRESSA LUCIANI PEREIRA RODRIGUES, SOLENA ZIEMER KUSMA FIDALSKI