Dados do Trabalho
Título
GRUPO DE FAMILIARES DE PACIENTES INTERNADOS: UMA EXPERIENCIA ENTRE O SERVIÇO SOCIAL E O SERVIÇO DE CUIDADOS PALIATIVOS
Introdução
Cuidar de um familiar doente pode representar grande sobrecarga emocional, física e financeira, afetando a qualidade de vida dos cuidadores, pela exigência de disponibilidade, tempo e dedicação (DELALIBERA et al, 2015). A Política Nacional de Cuidados Paliativos (BRASIL, 2024) preconiza o cuidado com a família, reconhecendo suas necessidades durante o processo da doença e luto. A partir dos preceitos acima, criou-se um Grupo de Familiares de pacientes internados, com o objetivo de promover um espaço de acolhimento e escuta a familiares, de forma a trabalhar aspectos e sentimentos inerentes ao processo de adoecimento e hospitalização.
Objetivo e Método
O objetivo deste trabalho é refletir sobre a experiência de um Grupo de Familiares de pacientes internados em um Serviço de Cuidados Paliativos em um hospital terciário do Rio Grande do Sul.
Trata-se de um estudo descritivo, na modalidade relato de experiência, sobre um Grupo de Familiares de pacientes internados no Serviço de Cuidados Paliativos do referido hospital, que vem sendo realizado há 2 anos. O grupo ocorre uma vez por semana, com duração de 1h, coordenado pela psicóloga e pela assistente social de referência para o Serviço, com participação de residentes multiprofissionais. Trata-se de um grupo aberto, operativo, em que semanalmente são convidados, de forma nominal, os familiares de pacientes internados na unidade de Cuidados Paliativos. Os temas abordados se apresentam conforme as demandas e necessidades dos participantes.
Resultados
Por ser um hospital de referência do SUS no Estado, reúne participantes de cidades diversas, sendo familiares, cuidadores ou amigos, predominando mulheres como principais referências do cuidado. Dos temas, destacam-se o itinerário de cuidado até chegar à equipe de Cuidados Paliativos, os mitos associados a este tema, o processo de adoecimento como desencadeador de crise, a organização do cuidado e a mudança de papeis na família, sendo ainda um espaço seguro para expressar sentimentos e para a elaboração do processo de luto.
Conclusão/Considerações finais
O grupo mostra-se como um espaço de escuta, troca, acolhimento e respeito às diferenças, configurando-se como um espaço importante para a construção de vínculo com os profissionais e uma referência de cuidado para os familiares. Enfatiza-se a importância de intervenções coletivas nos espaços hospitalares, com o intuito de promoção da saúde.
Referências
BRASIL. Ministério da Saúde. Portaria n° 3.681/GM, de 7 de maio de 2024. Institui a Política Nacional de Cuidados Paliativos - PNCP no âmbito do Sistema Único de Saúde - SUS. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 22 de maio de 2024, ed. 98, seção 1, p. 215.
DELALIBERA, M. et al. Sobrecarga no cuidar e suas repercussões nos cuidadores de pacientes em fim de vida: revisão sistemática da literatura. Ciência & Saúde Coletiva, v. 20, n. 9, p. 2731-2747, 2015.
Palavras Chave
Cuidados Paliativos; familiares; grupo
Área
Modalidades de atendimento
Autores
ANELISE KIRST DA SILVA, FERNANDA BRENNER MORÉS, NÁRA SELAIMEN GAERTNER AZEREDO