X Congresso Brasileiro de Cuidados Paliativos

Dados do Trabalho


Título

ESTOMATERAPIA NA ASSISTENCIA DA MORTE COM DIGNIDADE EM UM HOSPITAL DE CUIDADOS PALIATIVOS NO MUNICIPIO DE SAO PAULO.

Introdução

Vivenciar uma morte digna é prioridade essencial nos cuidados paliativos (CP), e o manejo das lesões cutâneas desempenha um papel essencial nessa assistência. Nos últimos dias de vida, pode ocorrer o processo denominado de falência da pele, esse comprometimento, bem como suas complicações, é denominado de mudanças na pele no final da vida, sendo as mais conhecidas e definidas como úlcera terminal de Kennedy (UTK) e lesão tissular terminal de Trombley-Brennam (LTT-TB). Várias tecnologias podem ser aliadas ao cuidado, com foco na dignidade, mesmo que não se vislumbre a cicatrização das lesões.

Objetivo e Método

Levantamento das lesões UTK e LTT-TB na população assistida em ambiente hospice com reflexão das intervenções da estomaterapeuta em CP. Estudo transversal, retrospectivo, unicêntrico, através da análise de registro em prontuário eletrônico de agosto 2022 a julho 2024 do hospital da rede privada no município de São Paulo. Dos prontuários foram extraídos dados demográficos e clínicos. Critério de inclusão: pacientes que receberam cuidados ao final da vida.

Resultados

A amostra foi analisada através de 419 internações com 352 pacientes que faleceram sob cuidados hospice, prevalência identificada de 85 pacientes com lesão de fim de vida, totalizando 96 lesões subdivididas em 51 pacientes com UTK, e 45 pacientes com LTT-TB. 11 pacientes apresentavam ambas as lesões. Maior prevalência de gênero era de 52 mulheres com média de idade 79 anos, tempo de internação em média de 57 dias. Segundo a escala de Braden, 57% em risco muito alto de lesão por pressão (LP). Diagnóstico principal de encaminhamento: neoplasia maligna. A maioria dos pacientes (92,9%) foi encaminhada para cuidados hospice com presença de LP estágio 1 a 4.

Conclusão/Considerações finais

O manejo inadequado da pele, das lesões, excesso de umidade e avaliação clínica ineficaz são responsáveis em aumentar desconforto e ter efeito devastador sobre a qualidade da finitude. Há evidência de que se realizada a prevenção de forma holística, pode-se diminuir agravos – daí a importância da estomaterapia, atuando de forma interdisciplinar na equipe hospice. O papel do estomaterapeuta em CP é direcionar o foco do atendimento para o alívio da dor, prevenção de infecções e agravos e promover qualidade de morte, através de práticas especializadas. É fundamental continuar a desenvolver e implementar abordagens integradas que respondam às necessidades multidimensionais desses pacientes, com a mais elevada qualidade, contribuindo para uma experiência mais compassiva.

Referências

FERRELL, Betty R.; COYLE, Nessa; PAICE, Judith A.(Eds.).Oxford Textbook of Palliative Nursing.5.ed.São Paulo: Oxford University Press, 2019.

Palavras Chave

Lesões de fim de vida; Cuidados Paliativos na Terminalidade da Vida; Hospice

Área

Controle de sintomas e qualidade de vida

Instituições

Hospital Premier - São Paulo - Brasil

Autores

GISELE ROSA SANTOS, ANGELICA MASSAKO YAMAGUCHI