Dados do Trabalho
Título
ANALISE DE ABORDAGENS FAMILIARES PREVIA A AVALIAÇAO DE CUIDADOS PALIATIVOS EM HOSPITAL UNIVERSITARIO
Introdução
A comunicação adequada com paciente e familiares é essencial para a adequada construção de plano antecipado de cuidados nos cenários de doenças ameaçadoras à vida. As equipes titulares costumam realizar abordagens iniciais antes da avaliação de equipes especializadas em Cuidados Paliativos (CP), porém a frequência e adequação de tais abordagens é variável.
Objetivo e Método
Objetivo: Descrever a frequência de abordagem prévia de equipes titulares a pacientes que receberam interconsulta por equipe de CP.
Método: Os dados foram coletados após avaliação pela equipe de interconsulta de CP. Após comunicação da equipe de CP com pacientes e familiares, foi realizada a definição sobre abordagem prévia - se paciente/familiares expressavam que a equipe titular não havia realizado comunicação sobre diagnóstico e prognóstico considerou-se a comunicação como “não abordada”, se tal abordagem não levou a adequada compreensão do diagnóstico e prognóstico ela foi considerada “parcialmente adequada” e se a abordagem levou a adequada compreensão do diagnóstico e prognóstico era considerada “adequada”. A análise foi realizada através de planilha, de forma anonimizada.
Resultados
Entre Março de 2023 e Abril de 2024, foram incluídos na análise 572 dos pacientes com os diagnósticos mais prevalentes atendidos pelo serviço de interconsulta de Cuidados Paliativos em questão, sendo 257 (31%) oncológicos, 179 (23%) neuropatas agudos de mau prognóstico. Em 95 casos (17%) o paciente e/ou familiar não havia sido abordado quanto ao seu diagnóstico ou prognóstico, 240 (42%) tiveram abordagem adequada e 237 (41%) tiveram abordagem parcial. Avaliando os pacientes oncológicos, alguns sítios primários tiveram maior frequência de casos que não tiveram abordagem prévia - 33% entre neoplasias ginecológicas, 30% das neoplasias de pâncreas e 28% das neoplasias de mama. Dentre os pacientes oncológicos com prognóstico mais curto (PPI>6), percebemos que 47% dos pacientes tiveram abordagem adequada, 39% tiveram abordagem parcial e 13% não foram abordados.
Conclusão/Considerações finais
A avaliação sistemática da qualidade da comunicação é essencial para o aprimoramento da qualidade assistencial nas unidades hospitalares. O presente trabalho mostra oportunidades de melhoria específicas quanto a comunicação relativa a planejamento de cuidado, aparentemente com maior frequência em algumas categorias diagnósticas.
Referências
1. Mehta, A., Cohen, S. R., & Chan, L. S. (2009). Palliative care: A need for a family systems approach. Palliative and Supportive Care, 7(02), 235. doi:10.1017/s1478951509000303
2. Bruera, E., Sweeney, C., Calder, K., Palmer, L., & Benisch-Tolley, S. (2001). Patient Preferences Versus Physician Perceptions of Treatment Decisions in Cancer Care. Journal of Clinical Oncology, 19(11), 2883–2885. doi:10.1200/jco.2001.19.11.2883
3. Vidal EIO, Kovacs MJ, Silva JJ, Silva LM, Sacardo DP, Bersani ALF, et al. Posicionamento da ANCP e SBGG sobre tomada de decisão compartilhada em cuidados paliativos. Cad Saúde Pública 2022; 38:e00130022.
Palavras Chave
comunicação em saúde; cuidado paliativo hospitalar
Área
Controle de sintomas e qualidade de vida
Instituições
HOSPITAL DAS CLINICAS DA FACULDADE DE MEDICINA DA USP - São Paulo - Brasil
Autores
GIULIANA DE OLIVEIRA SANTANA, MAIARA VEIGA COUTINHO, RODRIGO LIMA DOS SANTOS, RICARDO TAVARES DE CARVALHO