Dados do Trabalho
Título
VAMOS CONVERSAR: EXPERIENCIA COM GRUPO DE PAIS E CUIDADORES DE CRIANÇAS EM CUIDADOS PALIATIVOS PEDIATRICOS.
Introdução
Receber a notícia de que seu filho é portador de alguma doença grave, sem possibilidade de cura, desestabiliza qualquer familiar. Junto a esse diagnóstico faz-se necessário cuidados diferenciados que possam proporcionar melhor controle dos sintomas e oferecer qualidade de vida, que são os Cuidados Paliativos. A partir das conferências familiares e dos atendimentos individualizados com os acompanhantes, percebeu-se demandas ligadas a forma como eles reagem frente à impotência, às tomadas de decisões, ao sofrimento e à incerteza, trazendo à tona angústia e medo ao iniciar a conversa sobre os Cuidados Paliativos. Surge assim uma necessidade de estabelecer um maior vínculo com os familiares, permitindo maior fluidez e compreensão da comunicação, além de troca de experiências e acolhimento. Essa sensibilização ocorre com a criação de um grupo de acompanhantes chamado “Vamos Conversar”, no qual são realizadas rodas de conversas, educação em saúde e estímulo ao autocuidado.
Objetivo e Método
O grupo tem como objetivo propagar a filosofia dos Cuidados Paliativos e fortalecer a reflexão acerca dos processos envolvidos no adoecimento e na qualidade de vida através de encontros semanais. O grupo teve início em março de 2023 com periodicidade semanal no turno da tarde. É facilitado pela médica e pela enfermeira dos Cuidados Paliativos Pediátricos juntamente com a Psicóloga do eixo pediátrico. Tem como público alvo pais e cuidadores de crianças internadas nas clínicas pediátricas, na UTI pediátrica e no eixo neonatal (uti e UCINCO) que são acompanhadas pelo serviço. O modelo de grupo utilizado é o psicoeducativo com o propósito de favorecer o aprendizado dos participantes através do compartilhamento de suas emoções, sentimentos, vivências com outras pessoas que estão vivenciando a mesma situação, proporcionando um espaço de troca de experiência, de informações e de elaboração das angústias e questões com relação aos processos de cuidado do outro e de si.
Resultados
Como resultado, percebe-se o aumento da participação e o empoderamento dos familiares no tratamento de suas crianças, resultando em um melhor entendimento da doença, das suas experiências e dos sentimentos que afloram ao longo da internação. Além disso, observam-se o aumento da autoestima dos familiares, o estabelecimento de relações sociais e a diminuição dos conflitos.
Conclusão/Considerações finais
O projeto segue em andamento, na perspectiva de ampliar o cuidado das crianças através do empoderamento dos pais e cuidadores em Cuidados Paliativos Pediátricos.
Referências
BARBOSA, S.M.M.; ZOBOLI, I.; IGLESIAS, S.B.O. Cuidados Paliativos na Prática Pediátrica. Sociedade de Pediatria de São Paulo - SPSP. Editora Atheneu. Rio de Janeiro, 2019.
RUBIO, A.V.; SOUZA, J.L. Cuidado paliativo pediátrico e perinatal. 1. ed. Editora Atheneu. Rio de Janeiro. 2019.
CASTILHO, R. K.; SILVA, V. C. S.; PINTO, C. S. Manual de Cuidados Paliativos da Academia Nacional de Cuidados Paliativos (ANCP). 3. ed. Rio de Janeiro: Atheneu, 2021.
Área
Modalidades de atendimento
Autores
MARCIA DEGOBI SOUZA FIUZA, RENATA DE PONTES VIANA, EMANUELLE TEIXEIRA DA SILVA MADEIRO