Dados do Trabalho
Título
DEXMEDETOMEDINA PARA SEDAÇAO PALIATIVA EM PACIENTES COM FIBROSE CISTICA AVANÇADA
Apresentação do caso
Caso 1: Feminina, 12 anos. Dependente de oxigênio noturno. Internado por progressão da doença, com insuficiência respiratória. Nas últimas 48 horas de vida apresentou cefaléia, dispnéia e agitação. Recebeu morfina, midazolam e haloperidol; dexmedetomidina foi introduzida, com dose máxima de 0,7mcg/kg/h; foi necessário aumento da morfina. Não contactuava mais. Apresentou hipertensão arterial sem repercussão hemodinâmica. Caso 2: Masculino, 7 anos. Dependente de pressão positiva bifásica nas vias aéreas (BIPAP) noturno. Internado por insuficiência respiratória; permaneceu em ventilação não invasiva (VNI) recebendo morfina, mais confortável após introdução da dexmedetomidina. A dose máxima foi de 1,1 mcg/kg/h. Nas últimas 48 horas de vida foi necessário aumento da morfina, com controle total dos sintomas, sem efeitos colaterais, já não contactuante. Caso 3: Masculino, 13 anos. Dependente de oxigênio inalatório contínuo. Internado por exacerbação da doença após quadro viral com progressão da insuficiência respiratória. Nas últimas 48 horas de vida estava dispneico na VNI e agitado - recebia morfina e zolpidem - foi associada dexmedetomidina com dose máxima de 0,6mcg/kg/h e controle total dos sintomas, sem efeitos colaterais, já não contactuante. Caso 4: Feminino, 8 anos. Internada por exacerbação da doença com pneumonia. Nas últimas 48 horas de vida apresentava dispnéia na VNI, fadiga e insônia. Recebia morfina, sertralina, além de clorpromazina e hidrato de cloral para permitir o sono noturno. Dexmedetomidina foi associada com dose máxima de 0,4mcg/kg/h e controle total dos sintomas, sem efeitos colaterais. Manteve-se consciente e calma até o óbito.
Discussão
Todos os pacientes morreram por insuficiência respiratória e apresentavam dispnéia refratária. Após introdução da dexmedetomidina, 3 atingiram controle de sintomas; apenas um apresentou efeito colateral, leve.
Considerações finais
Apesar da falta de investigações mais robustas, a dexmedetomidina parece promissora para sedação paliativa, o que também foi observado nos casos relatados.
Palavras Chave
Sedação paliativa; Cuidados Paliativos Pediátricos; Fibrose Cística
Área
Controle de sintomas e qualidade de vida
Instituições
Instituto da Criança - HC FMUSP - São Paulo - Brasil
Autores
LIGIA MARÇOLA, CLARISSA ARCHANJO, JORDANA DIAS PAES POSSANI DE SOUSA, RITA TIZIANA VERARDO POLASTRINI, SILVIA MARIA DE MACEDO BARBOSA