Dados do Trabalho
Título
EXTUBAÇAO PALIATIVA HUMANIZADA REALIZADA PELA EQUIPE MULTIPROFISSIONAL EM UNIDADE DE CUIDADOS PROLONGADOS – RELATO DE CASO
Apresentação do caso
Idoso, 72 anos, branco, divorciado, internado na emergência (11/01/2024), choque séptico de foco pulmonar, rebaixamento do nível de consciência, síndrome demencial leve. Intubado, na UTI, sob ventilação mecânica (13/01/24). Em conferência com equipe de cuidados paliativos (24/01/24), familiares emocionalmente fragilizados, compartilharam biografia do paciente, dinâmica familiar e conforme as diretivas antecipadas de vontade expressas pelo paciente, propuseram a extubação paliativa, porque o pai manifestava desejo de não ser traqueostomizado. O paciente tinha critérios de terminalidade, foi transferido para outra unidade do hospital (25/01/24) para realizar a extubação, legitimada pela família em reunião (26/01/2024). Seis horas antes da retirada da ventilação (28/01/24), suspensas condutas desproporcionais e iniciados medicamentos endovenosos para controlar sintomas de desconfortos. O processo para a extubação paliativa começou às 13h, com acolhimento à família (filha e três irmãs) pelas equipes assistencial e de cuidados paliativos (médico, enfermeira, assistente social, psicóloga e fisioterapeuta) e a capelã, que dirigiu a celebração espiritual. Detalhada a conduta aos presentes, suporte ventilatório, reduzido gradualmente, ventilador desconectado e tubo endotraqueal retirado. Após extubação, paciente apresentou dispneia, hipossaturação e grunhidos. Administrados medicamentos sintomáticos, ofertados 3L oxigênio, removida a monitorização. Óbito constatado 50 minutos após a extubação. A música preferida do paciente foi tocada durante o procedimento. O Médico fez reunião com os profissionais envolvidos na conduta, para verificar possíveis demandas emocionais destes.
Discussão
Na fase final de doenças graves e incuráveis, o médico pode tirar ou limitar condutas e suportes que prolonguem a vida do paciente, dando-lhe os cuidados necessários para aliviar os sintomas de desconforto, respeitando a vontade dele ou a do seu representante legal. A extubação paliativa contém os preceitos da ortotanásia, impede a continuação da vida com sofrimento e traz alívio para o paciente e familiares.
Considerações finais
A decisão da família de relatar as diretivas antecipadas do paciente à equipe de cuidados paliativos e autorizar a extubação paliativa foi fundamental para dar voz a este, respeitando sua vontade e autonomia.
Referências: CONSELHO FEDERAL DE MEDICINA. Resolução n. 1805/2006, de 9 de novembro de 2006. DOU. Brasília, Seção I, p. 169, 28 nov. 2006.
Palavras Chave
Extubação paliativa; Diretivas Antecipadas de vontade; humanização da assistência
Área
Controle de sintomas e qualidade de vida
Autores
LIVIA LOPES CUTODIO, JULIA GOMES DE SOUSA CORREIA, CARLA KERR PONTES, GRACE ANNE SALDANHA MAGALHÃES, BRENDA ARAÚJO DA SILVA, AILA MARIA DA SILVA BEZERRA