X Congresso Brasileiro de Cuidados Paliativos

Dados do Trabalho


Título

AVALIAÇAO DOS DESFECHOS DA SEDAÇAO PALIATIVA EM PACIENTES EM SERVIÇO ESPECIALIZADO NO NORDESTE DO BRASIL

Introdução

No século XXI, o envelhecimento populacional e a emergência de doenças terminais destacam a importância dos cuidados paliativos, definidos pela OMS como a prática de aliviar sintomas físicos, psicoemocionais e espirituais para promover qualidade de vida. Introduzidos no Brasil na década de 1980, reconhecem a morte como um processo natural, sendo amparo para pacientes e familiares. A sedação paliativa, distinta da eutanásia, é usada para aliviar sintomas refratários em pacientes terminais, prática decidida em conjunto equipe médica, pacientes e familiares.

Objetivo e Método

Este estudo visou identificar o perfil clínico-epidemiológico dos pacientes submetidos a sedação paliativa em um hospital terciário referência no nordeste do Brasil. Este estudo transversal analítico, realizado entre agosto de 2022 e agosto de 2023, analisou 140 pacientes submetidos à sedação paliativa no ano de 2021. Utilizando formulários preenchidos através da revisão de prontuários, foram coletados dados epidemiológicos, sociodemográficos e clínicos, incluindo doença base, sintomas, objetivo da sedação, temporalidade, intensidade, duração, medicação, vias de administração, complicações e desfecho clínico.

Resultados

A amostra incluiu 60 pacientes do sexo masculino e 80 do feminino, com a faixa etária mais comum entre 70-74 anos. A maioria não tinha etnia registrada e 43,6% eram casados. A maioria residia na Região Metropolitana do Recife. As condições médicas subjacentes incluíram acidente vascular encefálico, demência, doença de Parkinson, infecção de pele e insuficiência cardíaca, além de várias neoplasias, sendo as do sistema digestivo as mais frequentes. Os principais sintomas refratários foram dor intensa e dispneia. A sedação ocorreu majoritariamente em ambiente hospitalar, com uso universal de opioides, sendo o haloperidol a droga sedativa mais utilizada, seguida do midazolam. As vias de administração foram principalmente intravenosa e subcutânea. Dos pacientes, 96,4% receberam sedação paliativa como objetivo primário. A maioria foi submetida a sedação superficial e contínua. A duração da sedação variou, com predominância entre 2-5 dias. A maioria dos pacientes teve alívio dos sintomas refratários, e 103 pacientes faleceram durante a técnica.

Conclusão/Considerações finais

O estudo confirmou a eficácia e a base científica da sedação paliativa, com menos de 3% de efeitos adversos e sucesso no manejo dos sintomas para a maioria dos pacientes.

Referências

Maiello AP, Coelho F, Messias A, D’Alessandro MP. Manual de cuidados paliativos [Internet]. da Saúde M, SírioLibanês H, editors. 2020
Carvalho R, Parsons H. Manual de Cuidados Paliativos ANCP [Internet]. de Cuidados Paliativos AN, Premier Hospital GM, Paliar I, editors. www.paliativo.org.br. 2012
HERMES, H. R.; LAMARCA, I. C. A. Cuidados paliativos: uma abordagem a partir das categorias profissionais de saúde. Ciência & Saúde Coletiva, Departamento de Ciências Sociais, v. 8, n. 9, p. 2577-2588, jun./2013.
Menezes M, Figueiredo M. O papel da sedação paliativa no fim da vida: aspectos médicos e éticos --- Revisão [Internet]. Editora Ltda. E, de Anestesiologia SB, editors. 2018

Palavras Chave

Cuidados Paliativos; Fim de vida; Sedação paliativa

Área

Controle de sintomas e qualidade de vida

Instituições

Faculdade Pernambucana de Saúde - Pernambuco - Brasil, Instituto de Medicina Integral Professor Fernando Figueira - IMIP - Pernambuco - Brasil

Autores

LUCAS SILVESTRE ARAÚJO, ISABEL MARIA MOURA DE ANDRADE, MARIA FERNANDA DE LIMA VELOSO, MECNEIDE MENDES LINS, MIRELLA REBELLO BEZERRA, THATYANA DE OLIVEIRA MARANHÃO CAVALCANTI