Dados do Trabalho
Título
CUIDADOS PALIATIVOS E GRUPOS VULNERABILIZADOS: DISCUTIR PARA INCLUIR
Introdução
O aumento de estudos sobre desigualdades na saúde mostra que grupos vulnerabilizados têm acesso limitado a cuidados clínicos e enfrentam mais discriminação, o que prejudica suas percepções sobre a assistência. Embora os cuidados paliativos levantem importantes preocupações éticas, faz-se oportuno discussões e esforços para o desenvolvimento de práticas cada vez mais inclusivas e integralizadas (Chuang et al., 2017; Maingi; Bagabag; O'Mahony, 2018).
Objetivo e Método
Objetivo: Compreender sobre a assistência oferecida em cuidados paliativos para grupos vulnerabilizados.
Método: Realizou-se uma revisão integrativa da literatura utilizando a estratégia PICo (População, Fenômeno de Interesse e Contexto) para a formulação da pergunta de pesquisa: como acontece a assistência em cuidados paliativos para grupos vulnerabilizados? A busca foi realizada em seis bases de dados eletrônicas: Pubmed, Scopus, Web of Science, EMBASE e LILACS. Utilizou-se uma combinação de descritores controlados, como "vulnerable populations", "palliative care", "social vulnerabilities", "disabled persons", "ethnic and racial minorities" e "lgbtq person", e seus sinônimos, combinados com operadores booleanos "AND" e "OR". Foram incluídos estudos originais, sem restrições quanto ao ano de publicação ou idioma, enquanto excluiu-se estudos breves, incompletos ou de acesso restrito. O software Zotero auxiliou na seleção dos artigos.
Resultados
Foram identificados 2163 estudos, dos quais 2066 foram excluídos pelos critérios de seleção e 28 por duplicação. Após leitura completa, restaram nove estudos considerados elegíveis; estes foram publicados entre 2019 e 2024, em países tais: Estados Unidos, Brasil, Holanda, Austrália, Canadá, Inglaterra e Zimbábue. Os grupos vulnerabilizados descritos incluem pessoas LGBTQIAPN+, minorias de raça e etnia, trabalhadores do sexo, migrantes e pessoas sem moradia. Os estudos destacam as barreiras enfrentadas por essas populações no acesso aos cuidados paliativos, como estigma, discriminação, falta de preparo das equipes, isolamento devido à distância de familiares e risco de morte indigna, além de oferecer recomendações para boas práticas.
Conclusão/Considerações finais
Embora haja uma crescente em estudos que traçam o perfil sociodemográfico de pessoas em cuidados paliativos, poucos centralizam o discurso nas narrativas provocadas pelas experiências dos usuários e suas vivências nesse aspecto. É importante destacar as limitações desta revisão, como a ausência de acesso a estudos potenciais pagos.
Referências
CHUANG, E. et al. Gaps in provision of primary and specialty palliative care in the acute care setting by race and ethnicity. Journ. Pain Symp. Mgmt., v. 54, n. 5, 2017.
MAINGI, Shail; BAGABAG, Arthur E.; O'MAHONY, Sean. Current best practices for sexual and gender minorities in hospice and palliative care settings. Journal of pain and symptom management, v. 55, n. 5, p. 1420-1427, 2018.
Palavras Chave
vulnerabilidade; Assistência; Cuidados Paliativos
Área
Populações
Instituições
Universidade Estadual do Ceará - Ceará - Brasil
Autores
ALEXIA JADE MACHADO SOUSA, MARIA SALETE BESSA JORGE, HELDER MATHEUS ALVES FERNANDES, MARINA FERREIRA DE SOUSA, ERIC WENDA RIBEIRO LOURENÇO