Dados do Trabalho
Título
AVALIAÇAO DO MANEJO DA DOR CRONICA EM PACIENTES COM DOENÇA RENAL CRONICA NA FINITUDE DA VIDA
Introdução
A dor crônica (DC) é uma patologia do Sistema Nervoso Central (SNC) prevalente em pacientes com Doença Renal Crônica (DRC) nos estágios mais avançados, principalmente na finitude da vida (FV). A DC não controlada gera impactos negativos na qualidade de vida (QV), na adesão ao tratamento, sobrecarrega os serviços de saúde e aumenta a morbidade, além de agregar outros sintomas como depressão, insônia, ansiedade e fadiga. Para o melhor controle do sintoma, deve-se avaliar seu impacto nas dimensões física, psicoemocional, sociofamiliar e espiritual do paciente. Além disso, a falência renal acarreta mudanças ao metabolismo e excreção dos fármacos, causando maior suscetibilidade de efeitos adversos, limitando a segurança na prescrição de analgésicos.
Objetivo e Método
Avaliar a eficácia dos tratamentos farmacológicos e não farmacológicos no componente físico da DC em pacientes com DRC em FV. Realizada pesquisa de artigos científicos publicados nos últimos cinco anos nas bibliotecas virtuais Scielo e PUBMed relacionados ao tema.
Resultados
A prevalência da DC em DRC varia conforme o estágio desta, sendo de quase 100% em pacientes hospitalizados em FV. A avaliação da DC deve incluir a utilização de ferramentas validadas, como o Questionário de Dor de McGill e o Inventário Breve de Dor. Considera-se a localização, temporalidade, natureza, intensidade e impacto da DC na QV. O controle da DC é multimodal e interdisciplinar, tornando-se indispensável incluir opções não farmacológicas, como terapias tópicas, fisioterapia, acupuntura, massagem, psicoterapia, ultrassom, entre outros. Na DC nociceptiva, o paracetamol é o analgésico simples de primeira escolha em DRC pela literatura internacional, com dose diária limitada devido ao potencial hepatotóxico. Anti-inflamatórios não esteróides são evitados pelo risco nefrotóxico, com poucos dados de uso em FV. Opioides fracos e morfina devem ser evitados em DRC na FV. Dos demais opioides, destacam-se a metadona, a buprenorfina e o fentanil, com bons resultados. Para dor neuropática prefere-se anticonvulsivantes, enquanto antidepressivos são menos recomendados devido aos efeitos adversos. Há poucos estudos sobre a eficácia dos derivados da cannabis em DC na DRC em FV.
Conclusão/Considerações finais
A DC em DRC na FV é prevalente, complexa e exige manejo multimodal e interdisciplinar. O tratamento deve priorizar a eficácia dos analgésicos e a segurança do paciente, com objetivo de melhorar a QV na FV. Estudos adicionais são necessários para entender os efeitos dos analgésicos em DRC na FV.
Palavras Chave
Doença renal crônica; Dor total; Vida/Finitude
Área
Controle de sintomas e qualidade de vida
Autores
JONATHAN VINICIUS LOURENÇO DE SOUZA, LIZZI NALDI RUIZ, CAROLINA MARIA AUMANN SARDÁ