Dados do Trabalho
Título
RELATO DE CASO DE PACIENTE COM ADOECIMENTO CARDIACO EM CUIDADOS PALIATIVOS PREDOMINANTES: UM RECOMEÇO
Apresentação do caso
Homem, 56 anos, ex-etilista, ex-tabagista, admitido na emergência de um hospital de referência cardiológica em Fortaleza em 13/04/2024 com quadro súbito de dor precordial intensa, dispneia e palpitações com 2 horas de duração. Esse foi encaminhado para a unidade de terapia intensiva com insuficiência aórtica severa, dissecção de aorta toracoabdominal com risco cirúrgico proibitivo e fração de ejeção de 29%. Histórico de plastia de valva aórtica com Tubo Dacron em aorta ascendente (dezembro/2014) e endoprótese de arco aórtico (agosto/2023). Após 23 dias de internação, desenvolveu choque séptico pulmonar, injúria renal aguda, intubação com uso de ventilação mecânica prolongada – com traqueostomia em 25/04/2024 -, polineuropatia do paciente crítico e disfagia sarcopênica. Foi administrado para o choque séptico: polimixina, amicacina, vancomicina, levofloxacino, meropenem e teicoplanina. Ainda, com o apoio interdisciplinar e medidas paliativas individualizadas e direcionadas houve melhora do quadro, desmame da ventilação mecânica e decanulação do traqueóstomo. Pela estabilidade clínica, houve expectativa de desospitalização.
Discussão
A insuficiência aórtica severa está associada a mau prognóstico se não diagnosticada e tratada precocemente. Nesse caso houve uma maior criticidade devido a dissecção da aorta toracoabdominal. Devido evolução prolongada e refratária do paciente e como preconizado nas Diretrizes atuais, foi determinado cuidados paliativos predominantes, com limites terapêuticos definidos: priorizar conforto, não retornar drogas vasoativas, não realizar hemodiálise, não prosseguir com reanimação cardiopulmonar e realizar antibioticoterapia somente guiada por culturas. Ademais, com o plano conjunto da equipe da nutrição, fisioterapia e fonoaudiologia houve boa evolução da polineuropatia com recuperação do estado nutricional e liberação de dieta oral.
Considerações finais
O ambiente hospitalar prova ser um contexto desafiador para o tratamento de pacientes com doenças graves e ameaçadoras à vida. Contudo, com a colaboração da equipe interdisciplinar nesse cenário, dispondo-se a proporcionar um cuidado holístico e humanizado, existe a possibilidade de uma progressiva recuperação, como no paciente apresentado, ou, ao menos, a garantia de um tratamento integralizado – com enfoque nas dimensões física, espiritual, emocional e social, adaptando às necessidades individuais de cada caso à qualidade de vida e bem-estar do paciente.
Palavras Chave
Cuidados Paliativos; Equipe Interdisciplinar; Cardiopatias
Área
Controle de sintomas e qualidade de vida
Instituições
Hospital Dr Carlos Alberto Studart Gomes - Ceará - Brasil, Universidade Estadual do Ceará - Ceará - Brasil
Autores
KARLIENE VIEIRA SILVA, BEATRIZ VIEIRA CAVALCANTE, MARIA AUXILIADORA DE QUEIROZ MAIA, MARA JOYCE DE QUEIROZ, VIRGÍNIA MARIA NAZARIO BARBOSA, KARLA CAROLLINE BARBOSA DOTE