Dados do Trabalho
Título
QUANDO AINDA HA MUITO O QUE FAZER: EXPERIENCIA DA ASSISTENCIA DE ENFERMAGEM AO PACIENTE EM PROCESSO ATIVO DE MORTE
Introdução
O processo ativo de morte ocorre em decorrência de uma condição ameaçadora à vida, que progride de forma refratária às medidas instituídas. Caracteriza-se por um declínio irreversível das funções fisiológicas, que antecede à morte, em que se observa um aumento da intensidade do sofrimento multidimensional, o que evidencia a importância da atuação intensiva da equipe, especificamente da enfermagem.
Objetivo e Método
Objetivo: Relatar a experiência da assistência de enfermagem ao paciente em processo ativo de morte.
Método: Estudo descritivo, do tipo relato de experiência, baseado na assistência da equipe de enfermagem, no período de agosto de 2023 a junho de 2024, em uma Instituição de Transição de Cuidados, em Fortaleza-CE.
Resultados
Pôde-se destacar a predominância de sinais e sintomas como: síndrome da imobilidade; alteração do nível de consciência; intolerância à nutrição enteral, com aumento de resíduo gástrico e/ou náuseas ou vômitos; alteração do padrão respiratório, com taquipneia e/ou sororoca; colapso periférico, falência de pele e piora das lesões, com surgimento de Úlceras Terminais de Kennedy. Com relação à atuação do enfermeiro, destacou-se a liderança da equipe de enfermagem, com acolhimento e educação em saúde sobre as características do processo ativo de morte e o manejo adequado. Foi comum a utilização da hipodermóclise para a administração de medicamentos. Evidenciou-se a utilização de medidas farmacológicas para controle de sintomas, como uso de morfina para tratamento de dor e dispneia, bem como as medidas não farmacológicas, a saber: posicionamento lateralizado, com cabeceira elevada e com a utilização de coxins, afim de aliviar o desconforto respiratório e a respiração agônica; cuidados com a pele; cuidados de higiene e cuidados com a boca, com utilização de vitamina E em alguns casos, quando adquirida pelos familiares/cuidadores; controle de ruídos; utilização de músicas de preferência do paciente, durante os atendimentos. No tocante ao momento do óbito, destacou-se o respeito à dignidade e o preparo do corpo para o ritual de despedida, antes de ser encaminhado à capela. Também houve vinculação com os cuidadores, que foram constantemente acolhidos, o que se estendeu após o óbito.
Conclusão/Considerações finais
A assistência de enfermagem mostrou-se imprescindível no alívio do sofrimento biopsicossocial e espiritual do paciente e seus familiares/cuidadores. Destaca-se a relevância da identificação e manejo adequado do processo ativo de morte e a necessidade de treinamentos das equipes.
Referências
CASTILHO, R. K; SILVA, V.C.S; PINTO, C. S. Manual de Cuidados Paliativos da Academia Nacional de Cuidados Paliativos, 3ª ed. Editora Atheneu, São Paulo, 2021.
Palavras Chave
Cuidados Paliativos; assistência de enfermagem; morte
Área
Controle de sintomas e qualidade de vida
Instituições
Casa de Cuidados do Ceará - Ceará - Brasil
Autores
RENATA LAÍS DA SILVA NASCIMENTO MAIA, JAMILE MINEU PEREIRA