Dados do Trabalho
Título
INTERVENÇAO PSICOLOGICA COM FAMILIARES ENLUTADOS POR CANCER NO SANGUE DE UMA ASSOCIAÇAO SOCIAL ESPECIALIZADA: RELATO DE EXPERIENCIA.
Introdução
O câncer no sangue traz desafios e dores multidimensionais com impactos na qualidade de vida dos pacientes e seus familiares. Para Parkes (1998), quando a morte se apresenta, o processo de luto, apesar de conter reações de tristeza e pesar esperadas culturalmente, pode envolver diferentes níveis de sofrimento e impacto na vida cotidiana, sendo o acompanhamento especializado potencialmente benéfico em termos de saúde integral. O acolhimento psicológico aos familiares enlutados por câncer no sangue é um eixo essencial do cuidado para a adaptação e prevenção de riscos.
Objetivo e Método
Objetivo: Apresentar a intervenção psicológica com familiares enlutados de uma associação especializada em câncer do sangue. Método: Estudo descritivo do perfil de atendimento no programa do acolhimento aos familiares enlutados. A equipe do apoio ao paciente e os psicólogos voluntários do setor da psicologia foram orientados, ao ter conhecimento da morte de um paciente, além da carta de condolências, oferecer o atendimento on-line de acolhimento ao luto. A psicóloga responsável era notificada e, no primeiro contato, acolhia por mensagem WhatsApp, seguido do atendimento individual para identificar, compreender as necessidades e realizar os encaminhamentos adequados: grupo de acolhimento ao luto da associação ou serviços externos, atendimento individual, especializados. Critérios de não participação do grupo: perdas recentes (até 3 meses); pessoas com psicopatologias e perdas múltiplas.
Resultados
De agosto de 2023 a 2024, 30 familiares foram acolhidos, sendo 90% do sexo feminino e 10% masculino, 39,3% filhos, 35,7% cônjuges, 17,9% pais; 7,2% outros parentescos. Os diagnósticos: 29,6% Linfoma não Hodgkin; 25,9% Leucemia mieloide aguda; 22,2% Leucemia linfocítica aguda; 11,1% Mielofibrose; 7,4% Mieloma múltiplo. Participaram do grupo quinzenal 11 familiares, 100% público feminino, sendo 45% mães e 45% esposas.
Conclusão/Considerações finais
O espaço de acolhimento reforçou os princípios dos cuidados paliativos, com o suporte ao luto diante de uma jornada de uma doença grave, que ameaça ou limita a continuidade da vida, como o câncer no sangue. A escuta qualificada foi essencial para reconhecer a perda e a dor, dar voz à história dos vínculos, promovendo o suporte e prevenção de danos à saúde emocional, com avaliação dos riscos e encaminhamentos para serviços especializados.
Referências
Parkes, C. M. Luto: estudos sobre a perda na vida adulta (M. H. P. Franco, Trad.). São Paulo: Summus.1998.
Palavras Chave
Luto; câncer no sangue
Área
Modalidades de atendimento
Autores
LUCIANA TELLES FERRI