X Congresso Brasileiro de Cuidados Paliativos

Dados do Trabalho


Título

ANALISE DE DOMINIO DE MANEJO DE CIRROSE ENTRE PALIATIVISTAS

Introdução

Cirrose, estágio terminal que em 2022 foi 11a causa de óbito no mundo e expectativa de aumento expressivo, também tem grande morbidade. Saber conduzir essa fase de doença é imprescindível para a qualidade de atendimento desses pacientes em Cuidados Paliativos (CP).

Objetivo e Método

Caracterizar entendimento sobre o tema, e identificar possíveis lacunas de conhecimento a serem corrigidos. É um estudo transversal, via questionário on-line, de médicos em formação (residentes de CP ou não-CP que estagiaram com a especialidade) e já formados (especialidade ou pós-graduação em CP), coletado de março/23 a maio/24, sobre os temas: indicação de CP para cirróticos; prognosticação; CP e Transplante Hepático(TX); manejo de sintomas específicos.

Resultados

Foram 100 respostas (12 eram residentes CP; 59 de já formados em CP). Sobre indicação de CP, dois critérios se destacaram: pontuar em escores de gravidade (91%) e ser contra-indicado TX (89%). Os menos escolhidos foram sepse (37%) e mais de uma admissão hospitalar com descompensação hepática nos últimos 12 meses (26%). Sobre ferramenta prognóstica específica 12% desconheciam, 70% sabiam 1-2 escores, e 18% 3 ou mais; mas apenas 53% disseram que se sentiam capacitados para prognosticar. Sobre quando iniciar Diretiva Antecipada, critérios mais escolhidos foram: Presença de baixa funcionalidade (87%), Falências orgânicas não hepáticas (84%), sarcopenia/fragilidade (82%), descompensação hepática prévia (78%) e insuficiência renal (76%) e descompensação hepática atual (61%), sendo infecção de qualquer sítio 17%. Sobre TX hepático, 57% se sentiriam confortáveis de revisar com hepatologista os casos que foram indicados, ou não, ou sugerir deslistagem. Por fim, sobre manejar sintomas da cirrose 22% não se sentia seguro, e os demais se sentiam confiantes em conduzir ascite (100%), encefalopatia hepática (98,7%), hemorragia digestiva alta (84,6%) e prurido por colestase (76,9%), enquanto 28,2% saberiam manejar Síndrome Hepato-Pulmonar e 1,2% Síndrome Hepato-Renal.

Conclusão/Considerações finais

A maioria foi capaz de identificar critérios gerais e também se sentia segura para manejar os sintomas específicos mais comuns. Porém, muitos não valorizaram descompensações da doença, e outros critérios específicos. Ficou mais evidente a necessidade de dominar prognosticação, difundir melhor o impacto de infecções, e aprofundar em manejo de sintomas específicos. É essencial conhecer as particularidades dessa população, entender trajetória, e haver mais integração com o Hepatologista.

Referências

1)Potosek J, Curry M, Buss M, Chittenden E. Integration of palliative care in end-stage liver disease and liver transplantation. J Palliat Med. 2014 Nov;17(11):1271-7. doi: 10.1089/jpm.2013.0167
2) Philips CA, Kedarisetty CK. Palliative Care for Patients with End-Stage Liver Disease. J Clin Exp Hepatol. 2023 Mar-Apr;13(2):319-328. doi: 10.1016/j.jceh.2022.08.003
3) Mazzarelli C, et al. Palliative Care in End-Stage Liver Disease: time do do better? LiverTransplantation. 2018 Jul; 24 (7): 961-968. doi: 10.1002/lt.25193
4) Rogal SS, Hansen L, Patel A, Ufere NN, Verma M, Woodrell CD, et al. AASLD Practice Guidance: Palliative care and symptom-based management in decompensated cirrhosis. Hepatology. 2022; 76: 819–853. https://doi.org/10.1002/hep.32378
5) Walling A, Wenger N. Palliative care for patients witn end-stage liver disease. UpToDate. 2023 Dec. Acessado em 10/01/2024. site: https://www.uptodate.com/contents/palliative-care-for-patients-with-end-stage-liver-disease#H377363858

Palavras Chave

Cirrose; Cuidados Paliativos; domínio

Área

Outras áreas

Instituições

Hospital das Clínicas da USP-SP - São Paulo - Brasil

Autores

NATASHA SEO FUKUSHIMA, RODRIGO LIMA SANTOS, RICARDO TAVARES CARVALHO