Dados do Trabalho
Título
DIRETIVAS ANTECIPADAS DE VONTADE: DESAFIOS E BENEFICIOS
Introdução
Introdução: Atualmente, o processo de morte está cada vez mais vinculado a uma experiência hospitalar, cercada por alta densidade tecnológica, onde o indivíduo expropria-se de sua auto-gerência e de seus direitos de escolha. Em consequência do exposto, com o intuito de assegurar a dignidade e à autonomia pessoal, o Conselho Federal de Medicina, propõe as Diretivas Antecipadas de Vontade (DAV), por meio da Resolução nº 1995/2012, as definindo como um conjunto de desejos previamente expressos pelo paciente sobre os cuidados e tratamentos que deseja ou não receber, caso esteja incapacitado de manifestar sua vontade de forma livre e autônoma.
Objetivo e Método
Objetivo: Identificar na literatura os desafios e benefícios da aplicabilidade das DAV na prática clínica. Materiais e métodos: Esta é uma revisão sistemática da literatura, com a seguinte questão norteadora: quais são os desafios e benefícios da aplicabilidade das DAV na prática clínica? A pesquisa foi realizada a partir de estudos indexados às bases PubMed, SciELO e BVS, entre os anos de 2019 a 2024, utilizando os Descritores em Ciências da Saúde (DeCS/Mesh), “Diretivas antecipadas de vontade”, “Autonomia pessoal” e “Cuidados paliativos”, em português e inglês. A seleção ocorreu através da leitura do título, resumo e texto na íntegra, elegendo apenas aqueles que alcançavam o presente objetivo.
Resultados
Resultados: A busca revelou 28 artigos, dos quais 06 foram selecionados. Esses evidenciam que o diálogo entre médicos e pacientes sobre os planos de fim de vida é uma prática incomum, sendo diversos os obstáculos. A exemplo, da dificuldade em aceitação do diagnóstico e prognóstico por pacientes e familiares, da ausência da comunicação efetiva, que por vezes reflete a falta de treinamento e um déficit da formação profissional. Ainda, a carência de informações e esclarecimentos sobre a possibilidade de confecção desse instrumento. Nesse contexto, é importante ressaltar os vários benefícios dessa ferramenta, que ajuda a diminuir cuidados desnecessários e tratamentos invasivos cujo único objetivo é prolongar a vida sem qualidade. Assim, a equipe multiprofissional poderá utilizá-la para alinhar um plano de cuidados que respeite os valores e a autonomia do indivíduo, garantindo-lhe amparo as demandas, desejos e necessidades.
Conclusão/Considerações finais
Desse modo, tal conduta possibilitará o exercício da escolha, segurança e controle sobre a morte, conferindo ao paciente a sensação de acolhimento, respeito, cuidado e paz.
Referências
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KUNZ, Roland; RÜEGGER, Heinz. CME: Selbstbestimmung am Lebensende: die Herausforderung medizinischer End-of-Life-Entscheidungen CME-Fragen. Praxis, 2021.
Pepes, C. V., Pepes, M. V., Neuhauser, J., Salort, J. C. A., Steffani, J. A., & Bonamigo, E. L.. (2023). Diretivas antecipadas de vontade: instrumento de autonomia para pacientes oncológicos. Revista Bioética, 31, e3471PT. https://doi.org/10.1590/1983-803420233471PT
NARCHI, M. D.; CAROLLA, D. C.; CASTILLO, M. T. A atuação da equipe multidisciplinar na diretiva antecipada de vontade. Rev. Soc. Cardiol. Estado de Säo Paulo, p. 225-225, 2022.
Palavras Chave
Diretivas Antecipadas de vontade; Autonomia pessoal; Cuidados Paliativos
Área
Modalidades de atendimento
Instituições
UNIVERSIDADE ESTADUAL DO SUDOESTE DA BAHIA - Bahia - Brasil
Autores
RANNA GABRIELE SAMPAIO DA CONCEIÇÃO, ROBERTA BARROS DE MIRANDA, WASHINGTON DA SILVA SANTOS, DAIANE BRITO RIBEIRO, JULIANA DA SILVA OLIVEIRA, JULIANA COSTA MACHADO