X Congresso Brasileiro de Cuidados Paliativos

Dados do Trabalho


Título

“TRAVA LINGUAS”: DESCONHECIMENTO SOBRE DIVERSIDADE SEXUAL E DE GENERO NOS CUIDADOS PALIATIVOS

Introdução

Num sistema valorativo em que a linguagem tem o poder de classificar o “outro”, no primeiro momento as identidades foram desenhadas para nomear tudo que fugia da norma e tinham relação direta com o ato de dominação colonial. No entanto, as identidades ganharam significado e possibilitaram dar visibilidade a toda forma de existência. Assim, uma vez que a OMS (2006) definiu a sexualidade como um aspecto central na vida de todas as pessoas, ligada diretamente ao bem-estar desde o começo ao fim da vida, que envolve dimensões como sexo, identidade de gênero, orientação sexual, erotismo, prazer, intimidade e reprodução; conhecer essas dimensões é importante para que possamos garantir que as pessoas que vivem com doenças ameaçadoras da vida, consigam alcançar a qualidade de vida almejada pela abordagem dos CP, a partir do reconhecimento e do respeito a esses aspectos da diversidade humana.

Objetivo e Método

OBJETIVO: Compreender as concepções acerca da diversidade sexual de gênero de profissionais que atuam com cuidados paliativos na cidade de São Paulo. MÉTODO: Trata-se de uma pesquisa exploratória, de abordagem qualitativa, a qual foram realizadas entrevistas abertas com cinco profissionais (Serviço Social, Psicologia, Enfermagem, Fisioterapia e Medicina) que atuam em serviços de cuidados paliativos, seja da saúde pública, seja da saúde suplementar, na cidade de São Paulo. Os dados das entrevistas foram sistematizados e analisados de acordo com a perspectiva decolonial.

Resultados

Apenas duas participantes responderam de forma assertiva sobre a identidade de gênero, orientação sexual e quesito raça/cor como ambas se autodeclaravam. Posto isso, quase todas as participantes demonstraram dificuldade para expor sobre o que entendiam acerca das perguntas “o que é mulher trans? E as travestis?", assim como a grande maioria demonstrou não saber o significado de “intersexo” antes de questionarmos se conheciam o termo “hermafrodita” e ao ponto que todas responderam positivamente. Posteriormente, questionamos sobre a concepção de diversidade sexual e de gênero, as quais apresentaram suas incompreensões sobre a temática, na mesma medida em que outros relatos se apresentaram coerentes.

Conclusão/Considerações finais

No decorrer das entrevistas observamos que as concepções das entrevistadas sobre diversidade sexual e de gênero no âmbito dos cuidados paliativos são incipientes. Deste modo, questionamos: como iremos ofertar um cuidado livre de preconceito e equânime se não soubermos os conceitos básico que abrangem a diversidade humana?

Referências

CIASCA, Saulo Vito; HERCOWITZ, Andrea; JUNIOR, Ademir Lopes. Definições da sexualidade humana, IN: Saúde LGBTQIA+: práticas de cuidado transdisciplinar. Santana de Parnaíba [SP]: Manole, 2021.
BORRET, Rita Helena et al. Vulnerabilidades, interseccionalidades e estresse de minorias. IN: Saúde LGBTQIA+: práticas de cuidado transdisciplinar. Santana de Parnaíba [SP]: Manole, 2021.

Palavras Chave

Serviço Social; Diversidade Sexual e de Gênero; Perspectiva Decolonial

Área

Outras áreas

Autores

MARIANA AGUIAR BEZERRA