Dados do Trabalho
Título
MANEJO DE FERIDAS NAO CICATRIZAVEIS EM CUIDADOS PALIATIVOS
Apresentação do caso
A pele é o maior órgão do corpo humano. O manejo de feridas em pacientes sob cuidados paliativos requer uma abordagem específica. Esta abordagem se baseia nos princípios dos cuidados paliativos, que priorizam o conforto, alivio de sintomas e a qualidade de vida.
Discussão
Em estágios avançados de doenças graves, o foco deve ser o controle dos sintomas, não a cicatrização. Identificar feridas relacionadas ao fim de vida ajuda cuidadores e profissionais de saúde a reconhecê-las como parte do processo, sem expectativa de melhora, reduzindo o sofrimento emocional e focando na qualidade de vida do paciente.
Paciente ZGO, 72 anos, com Doença de Alzheimer, foi admitida no Serviço de Atenção Domiciliar (SAD) e pela Equipe Multiprofissional de Atenção Domiciliar (EMAD) - Paliativa, com lesão sacral diagnosticada como Úlcera Terminal de Kennedy (UTK). A equipe de enfermagem administrou morfina e fez curativos diários, mas não houve melhora das lesões. Em 13.05.2022, a paciente faleceu.
Na fase final da vida, podem surgir lesões na pele devido à falência da pele, que ocorre quando o sangue é desviado para órgãos vitais, resultando na morte da pele e tecidos subjacentes. Essas lesões são inevitáveis, mesmo com cuidados adequados, e se manifestam rapidamente. É importante diferenciar entre feridas evitáveis e inevitáveis no contexto de cuidados paliativos. Úlceras Terminais de Kennedy (UTK) e Trombley-Brennan Terminal Tissue Injury (TB-TTI) são inevitáveis e associadas ao processo de morte, não devendo ser confundidas com Lesão por Pressão (LPP).
Considerações finais
Para tratar feridas não cicatrizáveis, os profissionais de saúde devem usar seu conhecimento, experiência e sensibilidade ética, baseando-se em uma avaliação contínua e completa do paciente, com uma abordagem interdisciplinar para atender às necessidades complexas. É vital promover a disseminação desse tema em várias áreas, pois a Úlcera Terminal de Kennedy (UTK) é um importante indicador de falência orgânica e sinal de morte iminente ou rápida deterioração. O manejo de feridas em cuidados paliativos deve priorizar o conforto e a qualidade de vida. Compreender lesões inevitáveis, como UTK e TB-TTI, é crucial para que cuidadores e profissionais de saúde ofereçam o melhor cuidado possível, focando no alívio dos sintomas e no bem-estar do paciente. Educação contínua e pesquisa são essenciais para aprimorar as práticas de cuidado paliativo e proporcionar melhor qualidade de vida aos pacientes em seus últimos dias
Palavras Chave
Lesões de Pele no Fim da Vida; Cuidados Paliativos Domiciliares; Úlcera Terminal de Kennedy
Área
Controle de sintomas e qualidade de vida
Autores
ANA PAULA MANIERO SOUZA SORCE, ANDERLI MARANGONI VALENTIM DINIZ, CAMILA DATT ARAUJO