Dados do Trabalho
Título
LUTO PROFISSIONAL: ESTRATEGIAS DE ENFRENTAMENTO UTILIZADAS POR PROFISSIONAIS PALIATIVISTAS
Introdução
A experiência do luto se dá a partir do rompimento de um vínculo, desencadeando diversas reações emocionais, necessitando, a partir disso, de um caminho de elaboração e ressignificação. Nesse sentido, uma vivência específica se denomina de luto não reconhecido, que se daria quando a pessoa experiencia uma perda que não pode ser admitida abertamente e o luto não pode ser expresso ou socialmente suportado. Essa não legitimação da perda pode se dá, por exemplo, a partir das perdas vivenciadas pelos profissionais de saúde. No contexto dos Cuidados Paliativos, é comum e corriqueiro que os profissionais lidem tanto com as perdas reais diante da morte de pacientes, como também diversas perdas simbólicas, que tantas vezes não são acessadas
Objetivo e Método
Compreender quais são as estratégias de enfrentamento utilizadas pelos profissionais paliativistas a fim de lidarem com os lutos vivenciados. Trata-se de um estudo de natureza qualitativa, de cunho descritivo e analítico. Foram realizadas dez entrevistas com profissionais de uma equipe multiprofssional inseridos em uma enfermaria de Cuidados Paliativos de um Hospital Geral de Pernambuco. Foi aplicado um questionário sociodemográfico e uma entrevista semiestruturada, posteriormente, transcrita. Após esse processo, foi feita a análise de conteúdo.
Resultados
Foram elencadas quatro categorias de análise: 1. Modos de evitação de contato com a realidade; 2. Suporte na própria equipe; 3. Aquilo que dá sentido de modo individual e singular e 4. Capacitação e qualidade no trabalho. Dentro de cada categoria, é possível ir percebendo de que modo os profissionais paliativistas conseguem encontrar modos de ajustamento mais saudáveis ou mais adoecidos a fim de sustentar os contextos de sofrimento vivenciados, sem, tantas vezes, se dar conta e nomear os sentimentos acessados. Ficando claro também que não existem estratégias de enfrentamento que sejam o padrão ouro, afinal, existe a singularidade de cada sujeito, não sendo possível criar uma norma de como lidar com as experiências de perdas no âmbito profissional.
Conclusão/Considerações finais
Evidencia-se, a partir disso, a necessidade em educar os profissionais a fim de facilitar que eles possam encontrar ou mesmo se dá conta dos seus modos de enfrentar a realidade que estão inseridos, a fim de prevenir possíveis adoecimentos, como o próprio burnout ou a fadiga por compaixão.
Referências
CASELLATO, G. O resgate da empatia: suporte psicológico ao luto não reconhecido / organização Gabriela Casellato. – São Paulo : Summus Editorial, 2015.
SOUZA, A. C. F.; BARBOSA, L. R.; MENEZES, A. S. Estresse ocupacional em enfermeiros que atuam em cuidados paliativos oncológicos: Revisão integrativa da literatura. Research, Society and Development, v. 10, n. 11, p. e5221011198, 2021. Disponível em: https://rsdjournal.org/index.php/rsd/article/view/12411/11198. Acesso em: 14 set. 2024.
Palavras Chave
Luto Contido; Cuidados Paliativos; Estratégias de enfrentamento
Área
Outras áreas
Autores
MARIA EDUARDA GALVÃO, CELIO CAVALCANTI NETO, MARIA HERCILIA MOURA, LUIZ HENRIQUE TEIXEIRA, MARA ALENCAR