X Congresso Brasileiro de Cuidados Paliativos

Dados do Trabalho


Título

INTERAÇAO COM A EQUIPE MULTIPROFISSIONAL DURANTE A INTERNAÇAO HOSPITALAR: O OLHAR DA CRIANÇA

Introdução

A internação representa um rompimento na rotina da criança, a qual é tão importante para seu desenvolvimento. Durante o período de hospitalização, o paciente é submetido a um ambiente desconhecido com pessoas incomuns e procedimentos invasivos, o que pode causar atravessamentos em seu processo de desenvolvimento. . A equipe de saúde se torna uma constante, com potencial de aliviar as inseguranças e desconfianças geradas pelo cenário.

Objetivo e Método

Analisar os impactos emocionais imediatos da internação na criança com condições crônicas e o potencial das interações com a equipe multiprofissional de saúde na mitigação dos possíveis efeitos negativos da hospitalização, a partir da formação de vínculos afetivos.
Método: Estudo prospectivo quali-quantitativo, de caráter observacional, abordando crianças de 8 a 13 anos, hospitalizadas na Enfermaria Pediátrica de Hospital Quarternário, entrevistadas por meio de um questionário objetivo de escala de faces (Questionário dos Afetos), seguido por uma entrevista semi-dirigida sobre a experiência durante a internação hospitalar.

Resultados

Foram entrevistadas 15 crianças, 100% destas tinham uma condição crônica potencialmente fatal e/ou limitadora da qualidade de vida, os quais seriam alvo dentro da abordagem paliativa. A maioria dos participantes (53,3%) era do sexo feminino, com uma média de idade de 12 anos. A partir da análise do Questionário dos Afetos, a maioria das crianças se diz triste quanto a estar doente, estar longe de casa e da família e a não ir à escola, indiferente quanto a comer e dormir no hospital e dividir o quarto com outra criança e feliz em relação à equipe responsável pelos cuidados. Durante a entrevista, temas como saudade da família e escola, desconforto e desacostume quanto ao ambiente hospitalar e medo de procedimentos invasivos e do próprio adoecimento foram prevalentes. A presença de familiares, a constância das professoras das classes hospitalares, o tratamento afetuoso e acolhedor da enfermagem e médicos residentes e o brincar através do lúdico foram os instrumentos disponíveis para a melhor assimilação destes desafios.

Conclusão/Considerações finais

A cronicidade das doenças, levando à internações frequentes e prolongadas, causa impacto nos sentimentos e afetos da criança e, consequentemente, no seu crescimento e qualidade de vida; porém o acolhimento, os vínculos estabelecidos com a equipe de saúde e as experiências lúdicas têm potencial para ampliação da sensação de confiança e manutenção da vitalidade afetiva das crianças.

Referências

1. PEDRAZA, Dixis Figueroa; ARAUJO, Erika Morganna Neves de. Internações das crianças brasileiras menores de cinco anos: revisão
sistemática da literatura. Epidemiol. Serv. Saúde, Brasília , v. 26, n. 1, p. 169-182, jan. 2017 . Disponível em . acessos em 16 ago. 2022.
http://dx.doi.org/10.5123/s1679-49742017000100018.
2. OLIVEIRA, Gislene Farias de; DANTAS, Francisco Danilson Cruz; FONSECA, Patrícia Nunes da. O impacto da hospitalização em crianças de 1 a 5 anos de idade. Rev. SBPH, Rio de Janeiro , v. 7, n. 2, p. 37-54, dez. 2004. Disponível em . acessos em 09 ago. 2022.
3. ROSSATO, Angélica Laurini; BOER, Noemi. O impacto emocional da hospitalização em crianças de seis a dez anos. Disciplinarum Scientia. Série: Ciênc. Biol. e da Saúde, Santa Maria, v. 3, n. 1, p. 145-164, 2002.
4. OLIVEIRA, Maria José Santos de; SOUZA, Andressa de; CALVETTI, Prisla Ucker; FILIPPIN, Lidiane Isabel. A escuta ativa como estratégia de humanização da assistência em saúde. Revista Saúde e Desenvolvimento Humano, 2018, Junho 6(2): 33-38. Disponível em acessos em 16 ago. 2022.

Palavras Chave

Cuidados Paliativos Pediátricos; Equipe Multiprofissional; criança hospitalizada

Área

Outras áreas

Instituições

Universidade Federal de São Paulo - São Paulo - Brasil

Autores

BEATRIZ PRADO DE ANDRADE CASTRO SOUZA, SIMONE BRASIL DE OLIVEIRA IGLESIAS, ALINE MARIA DE OLIVEIRA ROCHA, RAFAELA MOURA DE SOUZA