Dados do Trabalho
Título
VIVENCIAS SILENCIOSAS: O CUIDA(DOR) FRENTE A MORTE EM UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA NEONATAL
Introdução
O acontecimento da morte se implanta dentro de uma conjuntura, dentre elas, a hospitalar. Neste contexto, esses profissionais podem vir a ter sua esfera psicológica impactada pela morte, podendo assim encará-la como fracasso individual¹. Quando a morte ocorre no âmbito neonatal e pediátrico, a compreensão pode ser ainda mais difícil para os profissionais, principalmente, pelo fato do entendimento de que o ciclo da vida é: nascer-crescer-morrer². Considerando a dificuldade construída e estabelecida em enfrentar situações de morte, torna-se compreensível que os profissionais de saúde encontrem uma maneira para enfrentar a situação, podendo ser, muitas vezes, por meio da negação, resultando em prejuízos psicológicos significativos para esses sujeitos³.
Objetivo e Método
OBJETIVO: Compreender as experiências vivenciadas pela equipe multiprofissional de saúde diante do enfrentamento da morte em uma Unidade de Terapia Intensiva Neonatal. METODOLOGIA: Trata-se de um estudo qualitativo, uma vez que foram analisadas as experiências dos profissionais de saúde frente à morte em Unidade de Terapia Intensiva. A pesquisa em questão foi realizada por meio de entrevista semiestruturada na Unidade de Terapia Intensiva Neonatal (UTIN) da Área de Atenção à Saúde do Recém-Nascido do Instituto Nacional de Saúde da Mulher, da Criança e do Adolescente Fernandes Figueira (IFF/FIOCRUZ) que possui atendimento prioritário aos recém-nascidos pré-termo, neurocirúrgicos, com síndromes e anomalias congênitas.
Resultados
RESULTADO E DISCUSSÃO: Participaram do estudo nove profissionais que compõem a equipe multiprofissional os quais tiveram contato com a morte de recém-nascidos na Unidade de Terapia Intensiva Neonatal da Instituição. Foi destacado com maior frequência como significado da morte de recém-nascidos na UTIN o sofrimento, bem como o afastamento como a mais frequente estratégia utilizada nessas situações. A convivência próxima com experiências sofridas pela família do recém nascido, expõe os profissionais da UTIN a situações emocionais intensas. As angústias vividas pelos familiares e presenciadas por eles, levam o profissional a também vivenciar o sofrimento. O afastamento foi observado como uma estratégia de defesa para proteger-se do sofrimento advindos de situações frente à morte de pacientes como forma de evitar se envolver na situação para assim, não se colocar em posição que impacte no seu estado emocional.
Conclusão/Considerações finais
Conclui-se ser importante a criação de espaço de acolhimento diante das vivências nesse contexto.
Referências
Monteiro, MC A morte e o morrer em UTI: família e equipe médica em cena. 1. ed.: Appris Editora; 2017. 251p.
Cherer EQ, Quintana AM, Pinheiro UMS. Sofrimento e libertação: significações sobre a morte na UTI pediátrica. Psico: rev semestral do Instituto de Psicologia da PUC Rio Grande do Sul, v. 44, n.4, p.482- 9; 2013.
KovácS, MJ. Sofrimento da equipe de saúde no contexto hospitalar: cuidando do cuidador profissional. O mundo da saúde, v. 34, n. 4, p. 420-29; 2010.
Klock P, Erdmann AL. Caring for newborns in a NICU: dealing with the fragility of living/surviving in the light of complexity. Rev Esc Enferm USP, v.46, n.1, p. 45-51; 2012.
Silva AA et al. O Cuidado de si entre Profissionais de Enfermagem: Revisão das Dissertações e Teses Brasileiras. Revista Brasileira de Ciências da Saúde. João Pessoa, v. 18, n. 4, p. 345-52; 2014.
Palavras Chave
morte; Luto; Profissionais De Saúde
Área
Outras áreas
Instituições
Instituto Nacional de Saúde da Mulher, da Criança e do Adolescente Fernandes Figueira (IFF/Fiocruz) - Rio de Janeiro - Brasil
Autores
ALANA CORRÊA DA SILVA, FATIMA JUNQUEIRA MARINHO, GUNNAR GLAUCO DE CUNTO CARELLI TAETS