Dados do Trabalho
Título
CONVIVENCIAS: A IMPORTANCIA DO CUIDADO NO PROCESSO FORMATIVO DE RESIDENTES DE PEDIATRIA DE UM HOSPITAL DE ALTA COMPLEXIDADE NO MUNICIPIO DO RIO DE JANEIRO
Introdução
INTRODUÇÃO: A formação de residentes em hospitais de alta complexidade é marcada por desafios, especialmente quando trata-se de crianças com condições crônicas complexas (CCC) e ameaçadoras à vida¹,². A convivência com a dor, sofrimento e incertezas exige dos residentes tanto competências técnicas quanto habilidades emocionais. Nesse contexto, o cuidado com os profissionais, especialmente os em formação, é essencial nos cuidados paliativos, uma vez que a exposição contínua a essas experiências pode ser potencialmente desgastante¹. A atenção à saúde dos profissionais é um dos componentes das dimensões do cuidado hospitalar de crianças CCC², visto que os desafios na atuação também envolvem complexidades emocionais e sociais³. A importância de uma abordagem integrada aliada à promoção da saúde de quem cuida é destacada na literatura como fundamental para a prevenção do adoecimento do profissional, sendo indispensável para um processo formativo efetivo¹
Objetivo e Método
OBJETIVO: Relatar a experiência de um grupo de suporte emocional para residentes médicos de pediatria, em um hospital de alta complexidade no Município do Rio de Janeiro. METODOLOGIA: Trata-se de um estudo qualitativo, do tipo relato de experiência, sobre um grupo conduzido por duas psicólogas que ocorre semanalmente na unidade pediátrica do hospital. Durante os encontros foi reforçado o sigilo e assegurado um espaço de escuta e acolhimento.
Resultados
RESULTADO E DISCUSSÃO: Foi possível observar questões relacionadas às experiências durante o rodízio na enfermaria e a própria passagem pela residência. Temas como cuidado e autocuidado, cuidados paliativos, luto e sofrimento psíquico foram abordados. Também foram propostas atividades extras a partir de demandas identificadas pelas psicólogas, como sessão cinema com o tema espiritualidade e finitude, oficina sobre compaixão e autocompaixão e encontro pós óbito de pacientes. O grupo se tornou um espaço seguro onde os residentes, gradualmente, foram se apropriando a partir da troca de experiências e expressão das emoções relacionadas ao cotidiano.
Conclusão/Considerações finais
CONCLUSÃO: O oferecimento de espaço de escuta na instituição possibilitou o acolhimento e contribuiu com a construção de estratégias de enfrentamento e ressignificação de experiências dolorosas neste contexto. Conclui-se que o grupo tem se apresentado como um importante dispositivo de cuidado no processo formativo, promovendo alívio do sofrimento emocional e estabelecendo espaço para importantes reflexões.
Referências
1. Do Amaral MXG, Costa L, Sousa M, et al. Reações emocionais do médico residente frente ao paciente em cuidados paliativos. Rev Soc Bras Psicologia Hospitalar. 2008;11(1):61-86.
2. Menezes LA de. Cuidado hospitalar de crianças com condições crônicas complexas de saúde no Brasil: desafios e perspectivas. [Dissertação]. Rio de Janeiro: Instituto Nacional de Saúde da Mulher, da Criança e do Adolescente Fernandes Figueira, Fundação Oswaldo Cruz; 2021. Disponível em: https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/53558. Acesso em: 25 ago. 2024.
3. Franco BF. Chegadas e Partidas: análise das tessituras dos vínculos no cenário da desospitalização pediátrica na perspectiva dos trabalhadores do campo hospitalar. [Trabalho de Conclusão de Curso]. Rio de Janeiro: Instituto Nacional de Saúde da Mulher, da Criança e do Adolescente Fernandes Figueira, Fundação Oswaldo Cruz; 2024. Disponível em: https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/63139. Acesso em: 20 ago. 2024.
Palavras Chave
PROCESSO DE FORMAÇÃO; Apoio Emocional; Cuidados Paliativos
Área
Modalidades de atendimento
Instituições
Instituto Nacional de Saúde da Mulher, da Criança e do Adolescente Fernandes Figueira (IFF/Fiocruz) - Rio de Janeiro - Brasil
Autores
ALANA CORRÊA DA SILVA, BEATRIZ FARIA FRANCO