Dados do Trabalho
Título
Papel de uma equipe de Cuidados Paliativos no combate a formas graves da COVID-19 em um hospital universitário brasileiro.
Introdução
A pandemia da COVID-19 acometeu preferencialmente e com pior evolução clínica, populações mais vulneráveis como portadores de doenças crônicas, especialmente cardiopatias, e com pacientes (pts) com idade avançada, população com maiores necessidades de Cuidados Paliativos (CP).
Objetivo e Método
Descrever a casuística atendida por uma equipe de CP e indicadores assistenciais do atendimento a pacientes com formas graves da COVID-19.
Uma equipe de CP completa foi destacada para o atendimento, em unidade de internação própria (CP-COVID) e como grupo interconsultor (GIC), em um hospital destinado única e exclusivamente ao atendimento de formas graves da COVID-19 durante a fase ascendente da primeira onda da pandemia. Os casos eram referendados pelas equipes assistentes quando havia diagnóstico de doença terminal anterior à infecção pela COVID-19 e indicadores clínicos de mal prognóstico, via intranet. Foram coletados dados demográficos e clínicos, dados relativos ao controle de sintomas, uso de opioides e intoxicação, uso de sedação paliativa,,tempo de internação e número de altas, tabulados com dados sensíveis anonimizados. Projeto aprovado pelo CEP local.
Resultados
O número de pts acompanhados pelos CP foi de 368 sendo que 123 receberam avaliação pontual e 245 foram acompanhados por mais de 24h. Nestes, os diagnósticos principais mais prevalentes foram câncer e demência/fragilidade. Do total, 310 atendidos pelo grupo de interconsultas (GIC) e 186 internados na unidade de internação de CP (unidade CP-COVID). Foram realizados pelo menos 9084 atendimentos pela equipe. Nestas duas modalidades as medianas de idade foram de 73 e 76 anos, respectivamente. Dos atendidos pelo GIC, 128 foram internados na unidade CP-COVID. As medianas do tempo entre a internação e o chamado do GIC e entre a avaliação pelo GIC e a internação na unidade CP-COVID foram de 4 e 1 dia, respectivamente. Na unidade CP-COVID a mediana do tempo de internação foi de 6 dias, 24,2% vieram transferidos das UTIs. Na unidade, a % de uso de opioides foi de 85,5%, com mediana de dose equivalente de morfina oral de 15mg por dia. Nestes, 9,7% tiveram intoxicação leve. O uso de sedação paliativa foi feito em 22,4% dos casos. Quarenta e oito pts (25,8% dos casos) receberam alta da unidade.
Conclusão/Considerações finais
Os atendimentos em CP foram prestados com rapidez. O uso de opioides foi expressivo, com baixas taxa de intoxicação e necessidade de sedação paliativa. A porcentagem elevada de altas nesta condição chama atenção para o papel dos CP neste contexto.
Palavras Chave
Cuidados Paliativos; COVID-19; Epidemiologia
Área
Modalidades de atendimento
Autores
RICARDO TAVARES CARVALHO, EDNALDA MARIA FRANCK, DOUGLAS HENRIQUE CRISPIM, DANIEL SANTI, MARCIO VERONESE FUKUDA