Dados do Trabalho

Título

DIRETIVAS ANTECIPADAS DE VONTADE EM CUIDADOS PALIATIVOS PEDIATRICOS: UM RELATO DE EXPERIENCIA

Introdução

De acordo com o princípio da autonomia o paciente pode optar acerca das possibilidades terapêuticas ofertadas e fazer sua vontade conhecida por parte dos profissionais de saúde. Exercendo assim seu direito de autonomia frente a progressão dos agravos, através das diretivas antecipadas de vontade (DAV). O cuidado paliativo na pediatria representa um campo específico que requer uma abordagem multidisciplinar que inclui a família e o paciente.

Objetivo e Método

Objetivo: Apresentar a experiência de inclusão de pacientes pediátricos, acompanhados de seus familiares, na construção de suas diretivas antecipadas de vontade.
Método: Trata-se de um relato de experiência, realizado em pacientes a partir de 16 anos de idade acompanhados pela comissão de cuidados paliativos pediátricos em um hospital Infantil referência em Fortaleza. Os atendimentos feitos pela equipe multiprofissional deram-se entre os meses de janeiro e agosto de 2024, com pacientes em condição crônica complexa, com bom entendimento cognitivo acerca dos processos da morte e morrer e apresentando progressão da doença de base. A partir de reuniões multiprofissionais realizadas semanalmente, discutiram-se os casos de pacientes que apresentavam necessidade de expressão ativa de seus desejos em relação ao processo de adoecimento. Diante disso a decisão foi convidar estes pacientes e seus familiares para um momento de conversa e construção de diretivas antecipadas de vontade por meio de instrumentos específicos adaptados. A construção foi realizada em sessão única ou várias sessões de acordo com a condição física de cada paciente.

Resultados

A partir dos relatos de pacientes e familiares foi verificado a eficácia de tais medidas como forma de tornar principalmente, o paciente sujeito ativo em seu cuidado respeitando assim sua autonomia, liberdade e dignidade. Bem como cumprindo o papel de explicitar seus desejos em relação ao cuidado que gostariam de receber e assim melhor lidar com os efeitos do processo de morte e morrer e o luto advindo deste.

Conclusão/Considerações finais

Diante do exposto, o paciente pediátrico, com bom entendimento sobre seu processo de adoecimento, pode ser incluso como sujeito ativo de seus cuidados por meio das Diretivas Antecipadas de Vontade. Este relato evidencia os ganhos do paciente pediátrico e seus familiares como protagonistas no direito a autonomia em seus cuidados.

Referências

Kovács MJ. Autonomia e o direito de morrer com dignidade. Bioética [Internet]. 1998 [acesso 9 set 2024];6(1):61-9. Disponível: https://bit.ly/3myuxW5

Palavras Chave

Diretivas Antecipadas de vontade; Pediatria; autonomia