Dados do Trabalho

Título

RELATO DE CASO: UTILIZAÇAO DA RADIOLOGIA INTERVENCIONISTA MINIMAMENTE INVASIVA COMO ALIADO NO MANEJO DE SINTOMAS E QUALIDADE DE VIDA EM PACIENTES ONCOLOGICOS SEM INDICAÇAO DE MEDIDAS INVASIVAS.

Apresentação do caso

Paciente 58 anos, sexo feminino, diagnóstico de síndrome de Li-Fraumeni há 07 anos, portadora de leiomiossarcoma mediastinal recidivado e metastático, resistente a quimioterapia. Em maio de 2023 apresentou obstrução de vias biliares com necessidade de drenagem biliar e colocação de prótese biliar. Decorridos 11 meses do procedimento, paciente reinterna em hospital terciário com quadro de dor em flanco direito, icterícia e calafrios, com PPS (Palliative Performance Score) de 40% e PPI (Palliative Performance Index) de 4,5 pontos com prognostico estimado de 20% de sobrevida em 6 semanas. Confirmado quadro de síndrome colestática, com importante dilatação de vias biliares intra e extra hepáticas, colangite, além de nova progressão da doença. Realizada nova drenagem de via biliar interna-externa resultando em melhora clínica. Após procedimento, paciente evoluiu com melena e sangramento pelo orifício do dreno biliar com repercussão hemantimétrica sendo realizadas sucessivas hemotransfusões. Tomografia mostrou ponto de sangramento próximo ao dreno biliar sendo submetida a novo procedimento: arteriografia hepática e embolização de pseudoaneurisma hepático. Após procedimento, não recorreu com sangramento em dreno biliar, porém manteve melena e queda hemantimétrica importante. Nova angiotomografia mostrou possiblidade de sangramento na segunda porção duodenal, onde o tumor invadia. Em discussão multidisciplinar, optou-se pela realização de arteriografia com embolização da artéria gastroduodenal por via femoral direita, implante de stent biliar, dilatação e embolização do trajeto trans-hepático. Paciente evoluiu com melhora dos sintomas colestáticos, da dor e sangramento, além da melhora de funcionalidade. Recebe alta hospitalar após 42 dias de internação.

Discussão

A radiologia intervencionista minimamente invasiva é uma aliada para tratamento de complicações secundárias às doenças oncológicas avançadas e podem modificar a sobrevida do paciente, com ganho em qualidade de vida. A decisão dos procedimento foi compartilhada, e o caso acompanhado por uma equipe de cuidados paliativos multiprofissional. Paciente após 24 semanas da internação recebe cuidados de fim de vida em domicílio.

Considerações finais

O presente relato tem como objetivo ampliar conhecimento sobre a possibilidade de procedimentos minimamente invasivos em pacientes elegíveis a cuidados paliativos na busca de qualidade de vida através do controle de sintomas, com impacto na sobrevida.

Palavras Chave

Procedimentos Cirúrgicos Minimamente Invasivos; Cuidado Paliativo; Oncologia