Dados do Trabalho
Título
OS DESAFIOS DA PRATICA DOS CUIDADOS PALIATIVOS NA ATENÇAO PRIMARIA A SAUDE NO MUNICIPIO DE FORTALEZA/CEARA
Introdução
Segundo a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), as Doenças Crônicas Não-Transmissíveis (DANT’s), são as principais causas de óbito e de incapacidades nas Américas, apresentando alta prevalência no Brasil. Neste contexto, os Cuidados Paliativos (CP) são práticas essenciais no manejo de enfermidades crônicas ou potencialmente ameaçadoras da vida, que possam necessitar de reabilitação, alívio de sintomas e manutenção da qualidade de vida. Entretanto, a indisponibilidade dos CP especializados de forma universal no país, requer a realização desta prática pelas equipes de Estratégia de Saúde da Família (ESF), pois a Atenção Primária à Saúde (APS) é a porta de entrada do SUS e, portanto, a responsável pela prevenção e pela promoção da saúde longitudinalmente.
Objetivo e Método
Neste âmbito, realizou-se Atendimentos Domiciliares no Município de Fortaleza/CE por Médicos Residentes em Medicina de Família e Comunidade de pacientes que apresentam comorbidades crônicas controladas ou em reabilitação para ganho de funcionalidade com impossibilidade de deslocamento até Unidade de Atenção Primária à Saúde conforme o perfil de modalidade 1 (AD1). Durante estes atendimentos avaliou-se a adequação do perfil dos pacientes e observou-se que alguns destes apresentavam-se na modalidade 2 e 3 (AD2 e AD3), ou seja, necessitavam de cuidados mais frequentes devido a presença de comorbidades crônicas graves com sintomas de difícil controle ou em cuidados de fim de vida, requerendo atendimento com equipes multiprofissionais de atenção domiciliar (EMAD). Contudo, a escassez da disponibilidade deste serviço, de forma homogênea no território, faz com que nem todos os pacientes dos perfis AD2 e AD3 tenham acesso ao atendimento especializado, visto que tanto existem poucas equipes para a grande quantidade de pacientes quanto existe a centralização destas equipes nos serviços terciários.
Resultados
Dessa forma, as equipes de ESF, por serem coordenadoras do cuidado, sobrecarregam-se com a absorção desta demanda, associado a falta de capacitação em CP primários, de apoio de unidades de referências e de equipes multidisciplinares, repercutindo em uma assistência inadequada nos cuidados de fim de vida de pacientes e familiares.
Conclusão/Considerações finais
Portanto, diante do desfio enfrentando pela APS na prática dos CP, é necessário além da capacitação destes profissionais uma melhor distribuição da disponibilização das equipes especializadas para o suporte adequado dos pacientes perfil AD2 e AD3.
Referências
1. SAITO, D. Y. T.; ZOBOLI, E. L. C. P.. Cuidados paliativos e a atenção primária à saúde: scoping review. Revista Bioética, v. 23, n. 3, p. 593–607, set. 2015.
2. Santos MCL, Souza ARND, Anderson MIP. Cuidados paliativos na Atenção Primária à Saúde: perspectiva de médicos e enfermeiros preceptores em Saúde da Família. Rev Bras Med Fam Comunidade. 2023;18(45):3345. https://doi.org/10.5712/rbmfc18(45)3345
3. BRASIL. Cuidados Paliativos na Atenção Primária. Secretaria Municipal de Saúde do Rio de Janeiro, Subsecretaria de Promoção, Atenção Primária e Vigilância em Saúde. Disponível em: https://subpav.org/aps/uploads/publico/repositorio/Livro_CuidadosPaliativos_PDFDigital_20240314_(1).pdf. Acesso em 14 set 2024.
Palavras Chave
Cuidados Paliativos; Atenção Primária à Saúde; Medicina de Família e Comunidade
Área
Modalidades de atendimento
Instituições
Escola de Saúde Pública do Ceará - Ceará - Brasil
Autores
BÁRBARA CHAVES ALVES DE OLIVEIRA, RAOUL COSTA PRACIANO SAMPAIO, CLARA LUIZA CHAVES DE OLIVEIRA