Dados do Trabalho
Título
OPIOIDES E O FARMACEUTICO: MELHOR GERENCIAR PARA MELHOR MANEJAR
Introdução
O aumento significativo das prescrições de opioides nas últimas três décadas, mais fortemente nos países da América do Norte, levou a uma crise de saúde pública, caracterizada por altos índices de abuso, dependência e mortalidade por overdose. Diante desse cenário, o conceito de stewardship de opioides emergiu como uma abordagem essencial para garantir o uso e administração seguros dessa classe de medicamentos. No Brasil, a situação é desafiadora. De um lado, há escassez de opioides para pacientes que realmente necessitam, especialmente em Cuidados Paliativos. De outro, um aumento nas prescrições de opioides, muitas vezes sem acompanhamento e controle, o que contribui para o risco de abuso e dependência. Este cenário, além da Política Nacional de Cuidados Paliativos para o SUS que dentre as diretrizes, pode-se ler “V - estímulo a ações de sensibilização na RAS para o uso racional de opioides” (PNCP-SUS – MS, 2024) evidencia-se necessidade por programa de gerenciamento dessa classe.
Objetivo e Método
Este estudo visa explorar as melhores práticas e estratégias farmacêuticas para o gerenciamento de opioides, com o objetivo de aprimorar o manejo da dor e reduzir os riscos associados ao seu uso. Trata-se de revisão narrativa da literatura, onde levou-se em consideração para a inclusão neste estudo textos completos , em inglês ou português, publicados nos últimos 5 anos (janeiro de 2019 a janeiro de 2024). As bases de dados foram: Cochrane, LiLACS, Scopus e Pubmed. Descritores utilizados : “Opioid Stewardship Program (OSP)” e “Pharmacist”, “Programa De Gerenciamento da Terapia Opióide” e “Farmacêutico”, combinados ao código boleano “AND”.
Resultados
As atribuições clínicas do farmacêutico, previstas na legislação brasileira, incluem atividades objetivando o cuidado integral e promoção do uso racional de medicamentos, muito aplicáveis enquanto no campo da gestão de opióides. No âmbito internacional (norteamericana e européia), as diretrizes de atuação do Farmacêutico Clínico em programa de stewardship de opióides evidenciam atividades que vão além das permitidas pela legislação brasileira.
Conclusão/Considerações finais
Foi possível destacar que as atividades farmacêuticas são de alta pertinência para prevenção de uma possível crise de opióides tal qual a que assola desde o final da década de 90 países norte-americanos principalmente, sugerindo que a implementação de programas de gestão de opióides é um componente crucial.
Referências
1: Centers for Disease Control and Prevention (CDC). Guideline for Prescribing Opioids for Chronic Pain — United States, 2016. MMWR Morbidity and Mortality Weekly Report, 65(1), 1–49.
2: The Joint Commission. Pain Assessment and Management Standards for Hospitals, 2017. R3 Report, 21, 1–49.
3: Organização Mundial da Saúde (OMS). Ensuring balance in national policies on controlled substances: Guidance for availability and accessibility of controlled medicines, 2011
4: Academia Nacional de Cuidados Paliativos (ANCP). Manual de Cuidados Paliativos, 3ª edição. Editores: Rodrigo Kappel Castilho, Vitor Carlos Santos da Silva, Cristhiane da Silva Pinto. Rio de Janeiro e São Paulo: Editora Atheneu, 2021..
: Sociedade Brasileira para o Estudo da Dor (SBED). Consenso Brasileiro sobre o uso de opioides no tratamento da dor, 2019. .
Bruera, E., Higginson, I.J., von Gunten, C.F., & Morita, T. (Eds.). (2021). Textbook of Palliative Medicine and Supportive Care (3rd ed.). CRC Press.
Palavras Chave
Stewardship de opióides; Farmacêutico Clínico; Gerenciamento de Opióides
Área
Outras áreas
Instituições
HOSPITAL SÃO JOSÉ DE DOENÇAS INFECCIOSAS - Ceará - Brasil
Autores
FERNANDA MARIA TEÓFILO CAMPOS