X Congresso Brasileiro de Cuidados Paliativos

Dados do Trabalho


Título

VIVENCIAS DE PROFISSIONAIS DE SAUDE DA UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA FRENTE AO PROCESSO DE MORRER E A MORTE DE PACIENTES

Introdução

Introdução: a morte do ponto de vista biológico pode ser vivenciada uma única vez. Já o morrer é um processo vivenciado dia após dia.

Objetivo e Método

Objetivo: descrever as vivências dos profissionais de saúde da Unidade de Terapia Intensiva (UTI) sobre a morte e o processo de morrer de pacientes. Método: trata-se de uma pesquisa qualitativa, realizada com 13 profissionais de saúde da UTI adulto. Recorte do projeto de pesquisa: Representações sociais de profissionais de saúde da UTI sobre o processo de morrer e a morte. Realizaram-se entrevistas semiestrutradas com duração média de 30 minutos, as quais foram gravadas e processadas pelo software IRAMUTEQ sob a nuvem de palavras. A nuvem de palavras organiza graficamente de acordo à frequência que as palavras se repetem nas entrevistas. Foram obedecidos os requisitos éticos da Resolução 466/2012. Projeto submetido ao CEP sob o CAAE: 11417419.8.0000.0055. Parecer nº 3.461.276/2019.

Resultados

Resultados: os três termos com maior frequência foram: “não” (721), “gente” (637) e “paciente” (399). O termo “não”, na maior parte de suas contextualizações, aponta para vivências relacionadas à negação por parte dos familiares, o não falar sobre o assunto, as inseguranças, a não realização de funerais durante a pandemia e outros contextos. Emergem as falas: “[...] na reação do familiar, seja ela em forma de choro, como no processo de negação daquilo, seja em forma de questionamento, seja em forma de agressividade, desse processo de não aceitação.” (Enfermeira 1). “Mas, de uma maneira geral, não é um assunto que a gente discute muito não, vou ser muito sincero com você.” (Médico 2). “Eu vou desistir, eu vou pedir demissão, eu não quero morrer, eu não quero contaminar minha família, meu Deus do céu!" (Técnica de enfermagem 3). “Não podia fazer nem um velório, não podia nem ver, nem olhar e dizer assim: “Olha foi bom ter a sua passagem aqui.” (Técnica de enfermagem 4). Os termos “gente” e “paciente” referem-se às vivências mais diretas dos profissionais com os pacientes: “A gente via morrer o tempo inteiro. Às vezes a gente perdia três, quatro pacientes num plantão de 24 horas. Foi muito difícil, foi muito complicado mesmo. A gente se sentia, além de cansado, culpado, pensando se a gente poderia ter feito mais alguma coisa (Fisioterapeuta 13).

Conclusão/Considerações finais

Conclusão: Nota-se que as vivências com o processo de morrer e a morte foram contínuas podendo trazer grandes impactos aos profissionais os quais foram potencializados pela pandemia da COVID-19.

Palavras Chave

morte; tanatologia; COVID-19

Área

Outras áreas

Autores

GILBERTO ALVES DIAS, RAFAELLA SANTIAGO GUERRA, TATIANE Dias CASIMIRO VALENÇA, JULIANA COSTA MACHADO, ALINE VIEIRA SIMÕES, VANDA PALMARELLA RODRIGUES