Dados do Trabalho

Título

ANALISE DE CUSTO-EFETIVIDADE DO IMPACTO DA IMPLEMENTAÇAO DA TERAPIA SEQUENCIAL E SWITCH THERAPY PARA MANEJO DE DOR EM UM HOSPITAL PUBLICO BRASILEIRO COM FOCO EM PACIENTES PALIATIVOS

Introdução

A farmacoeconomia avalia o custo-benefício dos tratamentos de saúde para otimizar recursos, respeitando os princípios do SUS. No hospital, a infusão endovenosa de medicamentos pode ser substituída por alternativas orais para tratar a dor, seguindo diretrizes da OMS. A terapia sequencial e switch therapy foram implementadas em um hospital brasileiro para melhorar a eficácia, reduzir custos e diminuir efeitos adversos e geração de resíduos.

Objetivo e Método

Este estudo observacional e retrospectivo analisou dados de unidades de internação com leitos paliativos e consumo de medicamentos para dor em um hospital terciário brasileiro de janeiro de 2021 a dezembro de 2022. Foram avaliados o padrão de consumo e os custos das medicações e equipamentos seguindo o protocolo de dor com terapia sequencial. A análise incluiu o cálculo dos custos projetados e dos resíduos sólidos não gerados devido à nova estratégia.

Resultados

O estudo revela um aumento no consumo de medicações orais e considerável redução do uso endovenoso, provocando mudanças significativas no padrão de dispensação de medicações em ampola, como melhor evidencia no uso de morfina. O valor economizado com a morfina endovenosa foi substancial. A projeção inicial de gastos, incluindo os equipos, era R$ 13.628,11, mas o gasto real foi R$ 4.402,26, resultando em uma economia de R$ 9.225,85 por paciente. A transição para a via oral também reduziu os índices de infecção e efeitos adversos associados à infusão endovenosa na unidade. Não foram percebidas mudança no padrão de escala de dor quando comparados dados da unidade com uso endovenoso e oral. Além disso, a implementação de terapias orais contribuiu para a redução de resíduos sólidos gerados. Aproximadamente 350 kg de resíduos foram evitados em um ano sem comprometer o cuidado do paciente, destacando a necessidade de estratégias sustentáveis em hospitais para beneficiar a saúde pública e o meio ambiente a longo prazo.

Conclusão/Considerações finais

A substituição de medicações endovenosas por orais, pode reduzir as horas de trabalho dos profissionais de saúde, diminuir os riscos de infecção e efeitos adversos associados à infusão endovenosa e ainda gerar considerável economia financeira. Apesar das melhorias, ainda há resistência cultural e na escolha da via de administração quando o paciente é paliativo. Para maximizar os benefícios, é essencial promover a mudança cultural e reforçar a adesão a práticas baseadas em evidências, garantindo uma prática mais eficiente e segura sem perda de eficácia terapêutica.

Referências

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Palavras Chave

Terapia sequencial; gestão hospitalar; resíduos de serviços de saúde