X Congresso Brasileiro de Cuidados Paliativos

Dados do Trabalho


Título

A CONSTRUÇAO DE NARRATIVAS NA UTI NEONATAL: CUIDADOS PALIATIVOS E O FAZER DA PSICOLOGIA NO AMBIENTE HOSPITALAR

Apresentação do caso

O estudo explana um relato de experiência em cuidados paliativos e o papel da psicologia em uma Unidade de Terapia Intensiva Neonatal. A terminologia “cuidados paliativos”, por vezes, é evitada nas intervenções clínicas com bebês, seja pela família ou pela própria equipe hospitalar, uma vez que não é esperado que crianças tão pequenas se encontrem em quadros clínicos graves e precisem de uma frente terapêutica visando o controle dos sintomas e o alívio da dor (Santos, 2019).

Discussão

Essa questão convoca a necessidade de um trabalho que possa garantir o apoio emocional para os bebês, as famílias e a equipe de saúde que deles se ocupam. O objetivo do estudo é discutir a importância do papel da psicologia em prestar suporte psicológico em situações de doenças graves, assegurando uma experiência digna para os bebês e suas famílias. Foi utilizado enquanto metodologia o relato de experiência de preceptoria em psicologia hospitalar no setor de Unidade de Terapia Intensiva Neonatal. A preceptoria foi realizada com supervisões individuais e grupais com graduandos que estiveram estagiando na atenção hospitalar, visando uma relação de ensino-aprendizagem. O caso de um bebê chamou atenção dos profissionais, pois se encontrava com complicações cardíacas e precisou ser reanimado diversas vezes por dias consecutivos e com a iminência de novas paradas. Assim, os profissionais acionaram o serviço de psicologia para avaliarem as possíveis condutas com a família. Foi realizado um momento com a mãe para que ela pudesse acompanhar de perto a rotina do filho e pedido que ela contasse a história deles durante os encontros, com o intuito de criar um laço afetivo e uma narrativa para ambos (Dolto, 2007).

Considerações finais

Ao final dos encontros e das contações de histórias a mãe relatou que conseguiu se despedir, ação fundamental para o processo de simbolização do luto. Após a morte do bebê, a mãe pediu para encontrar novamente com o serviço de psicologia para planejar os rituais de sepultamento. Por fim, foi possível constatar que verbalizar a situação de dor permitiu produzir sentido e uma elaboração subjetiva diante da morte do filho (Mannoni, 1971).
Dolto, F. A imagem inconsciente do corpo. 2. ed. São Paulo: Perspectiva, 2007.
Mannoni, M. A criança, sua “doença” e os outros. Rio de Janeiro: Zahar Editores, 1971.
Santos, P. B. Duas Vitórias: Cuidados Paliativos em Neonatologia. In. Adoecer/Organizado por Julieta Quayle. São Paulo : Editora dos Editores, 2019.

Palavras Chave

Cuidados Paliativos Psicologia; UTI Neonatal; Apoio ao luto

Área

Modalidades de atendimento

Instituições

Faculdade 5 de Julho - Ceará - Brasil

Autores

KEMYLLE MESQUITA BRITO, JANAINA SILVA MELO