Dados do Trabalho
Título
PERFIL DE RECONCILIAÇAO MEDICAMENTOSA EM UMA UNIDADE DE CUIDADOS PALIATIVOS DE UM HOSPITAL ONCOLOGICO
Introdução
Reconciliação medicamentosa é o processo de obtenção de lista completa de todos os medicamentos que o paciente está utilizando e comparação com as medicações prescritas durante a internação, alta ou consulta médica, visando identificar e corrigir discrepâncias, como omissões, duplicidades e dosagens incorretas. O objetivo é garantir a continuidade do tratamento e prevenir erros de medicação. Este processo é multidisciplinar e envolve enfermeiros, farmacêuticos e médicos. Pacientes em cuidados paliativos geralmente fazem uso de polifarmácia, ou seja, uso de mais de cinco medicamentos e, portanto, quando precisam internar em algum serviço de saúde, devem passar pelo processo de reconciliação.
Objetivo e Método
O objetivo deste trabalho é analisar o perfil da reconciliação medicamentosa realizada na admissão de pacientes em uma unidade de internação de Cuidados Paliativos em um hospital oncológico, no período de agosto de 2023 a agosto de 2024. Foi realizado um estudo transversal onde os dados de reconciliação foram analisados quanto à manutenção de prescrição ou não e ajuste de dose quando comparados com uso em domicílio.
Resultados
No período de agosto de 2023 a agosto de 2024, um total de 455 pacientes passaram pelo processo completo de reconciliação medicamentosa na admissão no setor, o que representa 78,9% dos pacientes admitidos nesta unidade neste período. Estes pacientes faziam uso de um total de 1818 medicamentos, uma média de 3,99 medicamentos por paciente. Destes, 56,74% não foram incluídos em prescrição, sendo as principais medicações não incluídas Losartana (6,72%), Gabapentina (3,41%), Metformina (5,26%), Sinvastatina (2,73%) e Anlodipino (2,04%). Foram incluídas em prescrição, mas com ajuste de dose 13,81%, sendo as principais Morfina (19,2%), Dipirona (16,4%), Metadona (6,8%), Picossulfato (5,2%) e Gabapentina (4,4%). Por fim, as medicações incluídas em prescrição sem ajuste de dose corresponderam a 29,45%, com maiores prevalências a Dipirona (9,57%), Gabapentina (4,32%), Losartana (3,94%), Carvedilol (3,19%) e Morfina (2,63%).
Conclusão/Considerações finais
O processo de reconciliação medicamentosa é fundamental para garantir a segurança do paciente. Medicações de uso crônico podem se tornar um tratamento fútil e não precisam ser mais utilizadas devido a alterações de condições clínicas. Também os mudanças de dose podem significar alterações nas condições clínicas e ajustes podem ser necessários. Por fim, a continuidade de tratamentos pode influenciar na qualidade de vida dos pacientes.
Referências
FERNANDES, Maria Carolina Peçanha; MATTOS, Luciana Favoreto Vieira; BARBOSA, Maria Fernanda. Conciliação medicamentosa em cuidados paliativos oncológicos. Revista Brasileira de Cancerologia, v. 67, n. 4, 2021.
Palavras Chave
Assistência Farmacêutica; Cuidados Paliativos; Reconciliação de Medicamentos
Área
Outras áreas
Autores
RENAN GABRIEL REQUENA, MARILIA CONCEIÇÃO DAS NEVES, ANA CLARA FERREIRA MARINELLI, NATHALIA CRISTINE FLORENCIO, BIANCA ARRANZATO BERTASSO