Dados do Trabalho
Título
CUIDANDO DE QUEM CUIDA: A EXPERIENCIA DE MAES EM ALAS DE ONCOPEDIATRIA E SUAS REPERCUSSOES NAS RELAÇOES PARENTAIS
Apresentação do caso
Apesar dos significativos avanços da medicina nas últimas décadas, no que diz respeito ao tratamento do câncer, o diagnóstico da enfermidade ainda é percebido, estigmatizado e associado como uma sentença fatal, uma vez que, além de poder resultar no óbito do paciente, o tratamento é extenuante e frequentemente doloroso. No contexto oncológico pediátrico, a carga emocional negativa atravessa, também, os demais componentes do núcleo familiar da criança. Nesse sentido, a estrutura familiar é alterada e sentimentos como medo e ansiedade começam a fazer parte desse contexto (GIANINI, 2004).
Discussão
O projeto de extensão Remanso tem como objetivo fomentar um espaço de interação grupal entre as cuidadoras e os pacientes, através da abertura de uma zona lúdica que possibilite a quebra da tensão criada pelo desgaste físico e a sobrecarga emocional desencadeados pelo ambiente hospitalar. Os encontros ocorrem nas alas de oncopediatria, semanalmente e são conduzidos por graduandos em Psicologia. O presente relato de experiência foca em como as relações parentais afetam a adesão e o progresso do tratamento, dado que há uma relação de interdependência entre figura de cuidado e paciente. Pois, conforme abordado por Torres (1999), a percepção da criança sobre sua condição está estreitamente ligada ao que os pais permitem que ela entenda. Assim, as emoções e sentimentos que permeiam todos os membros da família podem ser complexos e a criança, sozinha, não é capaz de interpretá-los.
Considerações finais
Logo, observou-se que as intervenções das dinâmicas grupais possibilitam às cuidadoras, em sua maioria mães, um ambiente seguro no qual amplia-se a percepção sobre o impacto do bem-estar destas sob o prognóstico e as estratégias de enfrentamento elaboradas pelos pacientes em resposta às vulnerabilidades socioemocionais emergentes desse espaço de referência dos seus filhos. Isso favoreceu não só a forma como as mães enfrentam essa fase de desenvolvimento atípico, mas também a melhora significativa na qualidade de vida das crianças durante o tratamento.
REFERÊNCIAS:
GIANINI, M. M. S. Câncer e gênero: enfrentamento da doença. 2004. 90f. (Mestrado em Psicologia Clínica), Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, São Paulo, 2004.
SANTOS, Glasy Souza e Silva; SILVA, Thalyta Danielle Pinto da. Roda de conversa com mães cuidadoras de crianças com câncer, ampliando o cuidado de si e dos seus filhos. Recife, 2018.
TORRES, A. N. A criança diante da morte: desafios. São Paulo: Casa do
Psicólogo, 1999.
Palavras Chave
psicologia; maternidade; oncopediatria
Área
Modalidades de atendimento
Autores
LUIZ RICARDO RODRIGUES SANTANA, LEIDYMEL SILVA ALVES DE LIMA, ANA VIVIAN DE SOUSA SARAIVA, MARIA CLARA RODRIGUES VIEIRA, NAYARA CRISTINA GURGEL DIAS, VINÍCIUS LIMA DE QUEIROZ