Dados do Trabalho
Título
PONTO DE CORTE PARA ESTABELECER NOVOS CRITERIOS DE INDICAÇAO PARA CUIDADOS DE FIM DE VIDA EM PACIENTES COM DOENÇAS PULMONARES INTERSTICIAIS
Introdução
As doenças pulmonares intersticiais (DPI), são caracterizadas pela baixa sobrevida e presença de sintomas que influenciam na qualidade de vida. Não há evidências se caraterísticas físicofuncionais são capazes de identificar pacientes com grande probabilidade de óbito e, portanto, auxiliar na identificação do início dos cuidados de fim de vida (i.e. últimos seis meses a um ano de vida do paciente).
Objetivo e Método
O objetivo do estudo foi identificar um ponto de corte para variáveis clínicas e funcionais que indiquem a necessidade de cuidados paliativos e de fim de vida de pacientes com DPI, com base em fenótipos estabelecidos por análise de Cluster. Pacientes de ambos os sexos com idade entre 40 e 75 anos, foram submetidos à avaliação de função pulmonar (Capacidade vital forçada, CVF; capacidade de difusão do monóxido de carbono, DLCO), capacidade de exercício (teste de caminhada de 6 minutos, TC6), níveis de atividade física na vida diária (tempo em atividade moderada/dia; passos/dia; tempo deitado, sentado, em pé/dia), e sensação de dispneia na vida diária (Medical Research Council modificada, mMRC). A análise de cluster do tipo K-means foi utilizada para estratificar pacientes com DPI em grupos, de acordo com similaridades nos desfechos investigados. Posteriormente, foi realizada a curva ROC (Receiver Operating Characteristics) para identificar a área sob a curva (AUC) e desfechos que predizem mortalidade, com base na divisão dos grupos pela análise de Cluster. Esse estudo foi aprovado pelo CEP: 69598317.5.0000.5231
Resultados
A análise de Cluster K-means identificou dois clusters. Pacientes do Cluster 1 (CL 1, n= 27, 64±10 anos, 18[66%] mulheres, IMC=27±5 kg/m²) apresentaram piores desfechos quando comparados ao do Cluster 2 (CL2, n=26, 58±10 anos, 15[58%] mulheres, IMC=28±5 kg/m²) em todos os desfechos investigados. Durante o seguimento, 16 (30%) pacientes foram a óbito, 12 em CL1 (44%) e 4 em CL2 (15%) (p=0,002). As curvas ROC avaliaram os pontos de corte dos pacientes que compõem o CL1: CVF% do predito AUC=0,66; DLCO% do predito AUC=0,69; TC6 AUC=0,78; TC6% do predito AUC=0,75; atividade de intensidade moderada AUC=0,92; número de passos/dia AUC=1, tempo em pé/dia AUC=0,82; tempo deitado por dia AUC=0,70; mMRC AUC=0,73.
Conclusão/Considerações finais
Em pacientes com DPI, a mortalidade em até 1 ano pode ser prevista pela função pulmonar, capacidade funcional de
exercício, níveis de atividade física na vida diária e sensação de dispneia na vida diária.
Referências
Janssen DJA, Bajwah S, Boon MH, Coleman C, Currow DC, Devillers A, et al. European Respiratory Society clinical practice guideline: palliative care for people with COPD or interstitial lung disease. Eur Respir J. 2023;62(2):2202014.
Krinski G, Bertin LD, Pimpão HA, Silva H, Tavares BL, Lunardelli L, et al. Clinical Characteristics of Individuals with Interstitial Lung Diseases and Indication of End-of-Life Care. J Clin Med. 2023;12(23):1–10.
Aronson KI, Swigris JJ, Bajwah S, Bianchi P, Corte TJ, Danoff SK, et al. Patient-centered outcomes research in interstitial lung disease: An official american thoracic society research statement. Am J Respir Crit Care Med. 2021;204(2):E3–23.
Palavras Chave
Doenças pulmonares intersticiais; mortalidade; Fenótipos
Área
Populações
Instituições
PPG Ciências da Reabilitação - UEL/UNOPAR - Paraná - Brasil
Autores
GABRIELA KRINSKI, LARISSA DRAGONETTI BERTIN, HELOISE ANGELICO PIMPAO, HUMBERTO SILVA, FABIO PITTA, CARLOS AUGUSTO CAMILLO